fioantar danielleComo parte dos preparativos para a nova expedição brasileira à Antártica, a Fiocruz doou à Marinha 3 mil testes rápidos de detecção de antígenos de Sars-Cov-2. Os kits, produzidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), serão usados para testar toda a tripulação de bordo, dos voos de apoio, a equipe na Estação Antártica Comandante Ferraz e os pesquisadores que farão parte da nova viagem - incluindo a equipe do Fioantar, que parte agora em outubro. As expedições do programa Antártico da Fiocruz estão sendo retomadas, após a interrupção no ano passado devido à pandemia de COVID-19.  

A entrega simbólica dos testes ocorreu nesta terça-feira (21/9), durante a visita do contra-almirante Antonio Cesar da Rocha Martins, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm). Acompanhado pelo capitão de Mar e Guerra Marcelo Gomes, assessor do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e ex-comandante da estação, o almirante Rocha Martins foi recebido por Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, e Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos, que disse que agora, com os testes, a unidade “fica mais próxima da Antártica e do Fioantar”.  

“Esse não é um programa da Marinha, mas um programa do Estado brasileiro, em que procuramos conhecer a região e garantir para o país um assento no Tratado Antártico com direito a voto e voz”, disse o almirante. “Ter a Fiocruz como parceira só reforça essa condição de programa de Estado”. 

No auditório do Centro Administrativo Vinicius Fonseca de Bio-Manguinhos, o almirante assistiu à uma apresentação sobre a Fiocruz e também sobre o Fioantar. Krieger destacou que a participação da Fundação no Programa Antártico Brasileiro remonta ao próprio DNA da instituição, criada para enfrentar emergências sanitárias e comprometida em “fazer pesquisa voltada para soluções”. "Uma emergência sanitária como a COVID-19 só reforça a importância de identificar as ameaças antes que elas aconteçam para melhorar a nossa resposta”, disse Krieger, que destacou ainda a missão da Fiocruz, de produzir e compartilhar conhecimento.  

O Fioantar permite estudar os impactos dos ecossistemas da Antártica na saúde, lembrou Krieger, ressaltando que a vigilância é fundamental, além da prospecção de biodiversidade e a aplicação na saúde. "A Fiocruz não entrou para competir, nós queremos colaborar”. 

Mais espaço para pesquisadores 

fioantar gabriellaNo auditório, Rocha Martins conversou com pesquisadores do Fioantar. Fernando Couto Motta, do Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo (IOC/Fiocruz), que participou da expedição de 2019, agradeceu a acolhida que os integrantes da Fiocruz têm recebido no navio e na estação. O almirante, por sua vez, revelou planos de levar pesquisadores também no inverno, para ampliar os estudos. Se antes do incêndio a estação tinha 2.500 metros quadrados, hoje ela tem 4.500, com capacidade para receber 32 pesquisadores. A nova estação abriga também o Fiolab — o laboratório permanente da Fiocruz. “Precisamos movimentar a estação com gente, com pesquisas”, disse. 

O almirante explicou que o Proantar é uma das quatro áreas de atuação da Secirm, que inclui ainda o Plano para Recursos do Mar, o Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira e o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Na conversa com os pesquisadores, o almirante sugeriu ainda possíveis novas áreas de parceria entre a Marinha e a Fiocruz, como a Amazônia Azul, o território marítimo brasileiro também rico em biodiversidade. 

Para a pesquisadora Marcia Chame, do Laboratório de Paleoparasitologia (Ensp/Fiocruz), esse seria um universo novo para a Fundação, embora lembre que Oswaldo Cruz construiu um laboratório marinho. Sobre o Fioantar, ela ressaltou o seu caráter integrado. “Normalmente, um grupo de pesquisa tem um projeto específico. Mas a gente trabalha uma mesma amostra em vários grupos diferentes esperando que isso gere um salto de conhecimento. 

O almirante visitou ainda instalações da Fiocruz, como o Centro Henrique Penna (CHP), no Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV), onde a vacina COVID-19 é fabricada; a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da COVID-19 (Unadig), onde são feitas as análises de testes; e o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo, responsável pelo sequenciamento genético e monitoramento de variantes.

Jornalista: Cristina Azevedo - Agência Fiocruz de Notícias (com edição de Gabriella Ponte - Ascom de Bio-Manguinhos)
Imagens: Danielle Guedes e Gabriella Ponte - Ascom de Bio-Manguinhos

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.