A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) realizou uma live com um tema cada vez mais relevante: “Desafios da cobertura vacinal de crianças e adolescentes”. Mediado pelo presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, dr. Renato de Ávila Kfouri, o encontro contou com a presença dos especialistas Helena Keico Sato, Tânia Petraglia, Eduardo Jorge da Fonseca Lima e Juarez Cunha.

Na abertura, dr. Kfouri enfatizou a importância de reunir no evento, apoiado pela GSK, expoentes da área de Imunizações, falando sobre temas importantes relacionados às coberturas vacinais e destacou o documento da SBP, publicado recentemente, também sobre os “Desafios da Cobertura Vacinal em Pediatria”.

“Nos últimos anos, vivenciamos em todo o País uma diminuição das taxas de coberturas vacinais, fenômeno que piorou ainda mais durante a pandemia de COVID-19. Por isso, a SBP vem promovendo, em parceria com diversas entidades, como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ações e publicando documentos com foco nesta questão. Visando alertar pediatras, profissionais de saúde e a população em geral sobre a importância de mantermos as nossas conquistas de décadas relacionadas à vacinação”, ressaltou Kfouri.

As coberturas vacinais e a incidência de doenças imunopreveníveis foi o assunto abordado pela dra. Helena Sato, membro do DC de Imunizações da SBP e coordenadora do Programa Estadual de Imunizações do Estado de São Paulo. “Não estamos conseguindo alcançar a meta de 95% das coberturas de todas as vacinas que fazem parte do calendário básico. E, a cada ano que isso ocorre, deixamos um pool de suscetíveis. Por isso, é fundamental que haja ações de intensificação para recuperar essas pessoas que não se vacinaram”, alerta ela.

Já a dra. Tânia Petraglia, secretária do DC de Imunizações da SBP e vice-presidente da SBIm-RJ, falou sobre os riscos que essas baixas coberturas vacinais representam para a saúde infantil. “O maior risco para a saúde infantil é o sarampo. A partir de 2018 tivemos uma incidência alta da doença, o que já é reflexo da baixa cobertura vacinal. Em 2020, apenas de janeiro a abril, foram cerca de 8.500 casos. E não foi um número maior por conta do isolamento social ocasionado pela pandemia, que fez o vírus circular menos e diminuir as transmissões. Em 2021, que ainda não acabou, já temos 490 casos confirmados e quase 80% são entre menores de 20 anos”.

Ainda foi debatido na live um assunto bastante importante e atual: os riscos e benefícios das vacinas COVID-19 em Pediatria.“Comparando indivíduos de 12 a 15 anos aos de 16 a 25 anos, constatamos sobre a vacina da Pfizer que não houve inferioridade da imunogenicidade no primeiro grupo. Sendo, portanto, segura e eficaz para essa faixa etária. Também já há estudos sobre a vacina da Moderna que demonstram uma produção de anticorpos importante e efeitos adversos discretos”, explicou dr. Eduardo Jorge, membro do DC de Imunizações da SBP e vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe).

O presidente da SBIm, dr. Juarez Cunha, falou sobre estratégias para recuperação das coberturas vacinais e destacou o valor inquestionável das vacinas. “Em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou a hesitação de se vacinar como uma das dez ameaças para a saúde global. A entidade elencou estratégias práticas para melhorar os resultados da imunização, mas colocá-las em prática é um desafio para o nosso País. Basicamente, precisamos ter um maior envolvimento de gestores; reorganização do processo de trabalho; qualificação profissional; ampliação dos horários de funcionamento; eliminação das senhas; melhorar a comunicação; e melhorias nos sistemas de informações do Ministério da Saúde”, disse.

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Imagem: Getty Images.

 

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