O Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS), publicou o  Boletim Epidemiológico Especial de Hepatites Virais com informações que abarcam o período compreendido entre 1999 e 2020. Nestas pouco mais de duas décadas, o Brasil teve 254.389 pessoas diagnosticadas com o vírus da hepatite B e 262.815 com o vírus da hepatite C.

As duas são as principais causas da doença hepática crônica, da cirrose hepática e do carcinoma hepatocelular, afirma o documento, segundo o qual "a carga de doenças resultante das hepatites virais e o próprio agravo por si só representam um desafio de saúde pública para o SUS".

O item 3.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) inclui “acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas e combater a hepatite, as doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis”. O conceito de eliminação das mesmas como questão de saúde pública baseia-se na meta de reduzir as infecções em 90% e a mortalidade em 65% até 2030.

Segundo o Boletim, "dados os diferentes modos de transmissão das hepatites virais e os principais grupos afetados, reduzir as infecções e a morbimortalidade por esses agravos requer uma forte abordagem multidisciplinar, alinhada com a estrutura de cobertura universal de saúde que sustenta o SUS". O Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis acredita que isto só será possível realizando o diagnóstico de 90% dos casos e tratando no mínimo 80% dos casos diagnosticados.

Números

Entre 1999 e 2020, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 689.933 casos de hepatites virais no Brasil, dos quais 168.579 (24,4%) foram de hepatite A, 254.389 (36,9%) de hepatite B, 262.815 (38,1%) de hepatite C e 4.150 (0,6%) de hepatite D.

Entre 2010 e 2014, a taxa de incidência de hepatite A apresentou pouca variação no Brasil. Após este período, houve "queda expressiva", chegando a apenas 0,2/100 mil habitantes em 2020. A hepatite B apresentou taxas com "discreta tendência de queda" até 2019, com redução ssignificativa das notificações no último ano, atingindo 2,9/100 mil habitantes. A detecção da hepatite C era inferior à de hepatite B até 2015, quando ocorreu alteração na definição de caso de hepatite C. Desde então, esta útima tornou-se prevalente em relação à hepatite B.

Por fim, entre 2000 e 2019, foram notificados 78.642 óbitos associados às hepatites virais A, B, C e D. Deste total, 1,6% estavam associados à A; 21,3% à B; 76,2% à C e 0,9% à D.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Freepik.

 

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