A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) publicaram o Guia de Vacinação no Paciente Oncológico. O documento, que está acessível para download gratuito, apresenta informações como as particularidades de vacinação e recomendaçõs gerais de imunização deste público, além de alertas sobre vacinas contraindicadas aos mesmos. Traz ainda o fluxo para o atendimento nos Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que surjam mais de 600 mil novos casos de câncer por ano no Brasil. "Com o aumento da taxa de cura e da expectativa de vida nos pacientes oncológicos, os cuidados com efeitos adversos do tratamento e orientações que melhorem a qualidade de vida devem fazer parte da rotina dos especialistas", defende o Guia de Vacinação no Paciente Oncológico.

Afirma o documento:

"Entre outras infecções imunopreveníveis de risco para esses pacientes, destacam-se a influenza e a doença pneumocócica (DP). Para esses pacientes, o risco de desenvolver a forma invasiva da DP é 12 vezes maior (em relação à população geral) e aumenta ainda mais se estiver em uso de drogas imunosupressoras (23 vezes)10 e/ou submetido a transplante de órgão sólido (41 vezes) ou de células tronco-hematopoiéticas (50 vezes). Em relação à influenza, o risco de hospitalização é quatro vezes maior e a vacinação se mostra capaz de permitir uma redução relativa de 58% em relação a todos os casos de mortalidade em pacientes vacinados com câncer sólido ou com malignidades hematológicas. A ausência de vacinação é uma preocupação mundial e de todas as áreas, sobretudo quando envolve o manejo do paciente oncológico. Uma pesquisa americana com pacientes em radioterapia atestou que 30% dos pacientes nunca haviam sido vacinados contra a influenza, 56% nunca receberam vacina pneumocócica e apenas 7% dos pacientes tinham sido orientados a respeito de vacinas pelo seu oncologista. Um estudo demonstrou que a abordagem multidisciplinar (envolvendo médicos e equipe de enfermagem) pode aumentar a cobertura vacinal de 6 para 45%."

Descatam-se, também, as "Recomendações Gerais" contidas no Guia:

"• Pacientes que entrarão em tratamento imunossupressor devem, idealmente, receber as vacinas antes do início da terapia. Isso garante a segurança (vacinas atenuadas) e a melhor resposta vacinal (vacinas inativadas). As vacinas inativadas devem ser aplicadas duas semanas antes da imunossupressão e as vivas atenuadas entre 3 a 4 semanas antes.

• Vacinas inativadas podem ser administradas durante tratamentos imunodepressores, mas, devido à resposta vacinal inferior no período, pode ser necessário reaplicá-las após a interrupção do uso desses medicamentos.

• Vacinas inativadas podem ser recomendadas no pré e pós-transplante de órgãos sólidos (pulmão, rim, fígado e coração). No entanto, no pós-operatório, deve ser respeitado um intervalo mínimo (dois meses) para que a produção de anticorpos seja mais efetiva.

• Pessoas submetidas a transplante de células--tronco hematopoiéticas (TCTH) devem aguardar, preferencialmente seis meses para iniciar a aplicação de vacinas inativadas (podendo antecipar na dependência das condições clínicas e laboratoriais do paciente) e dois anos para as vacinas vivas atenuadas, período em que o sistema imunológico estará, em geral, restabelecido. Na vigência da doença (do enxerto contra o hospedeiro/DECH), as vacinas vivas atenuadas permanecem contra-indicadas."

 

Acesse o Guia de Vacinação no Paciente Oncológico.

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Freepik.

 

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