bio eventos covidO Diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, participou, nesta última quinzena, de dois importantes eventos sobre o papel da indústria farmacêutica na produção de vacinas para a COVID-19. O primeiro, realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), no dia 18 de maio, abordou os desafios para uma plena produção nacional do imunizante. O segundo, promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico no dia 24 do mesmo mês, discutiu o papel da indústria farmacêutica na garantia de vacinas seguras contra COVID-19.

Durante o Simpósio Internacional de Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz, Zuma participou do painel "O que aprendemos com a COVID-19? Desafios para a produção nacional", moderado por Marco Aurélio Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, e José Paulo Gagliardi Leite, Diretor do Instituto Oswaldo Cruz – IOC/Fiocruz. O debate também contou com as participações de Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan; Luiz Davidovich, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Aline Morais, coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica e da Plataforma de Apoio à Pesquisa e Inovação do Instituto Oswaldo Cruz; André Pitaluga, pesquisador do Laboratório de Biologia Molecular de Parasitas e Vetores; e Clélia Costa, pesquisadora do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do IOC.

Em sua apresentação, Zuma traçou uma retrospectiva das ações que levaram Bio-Manguinhos até seu importante papel na produção da vacina COVID-19, desde a prospecção de projetos de desenvolvimento tecnológico, ainda em março do ano passado, até a implantação da linha produtiva da vacina, no tempo recorde. "Foram apenas sete meses entre recebermos as informações técnicas e começarmos a entregar os primeiros lotes da vacina COVID-19. Esse é um resultado fantástico que a gente obteve!", exaltou.

Ele também destacou alguns pontos de desafio ao longo do processo, como a complexidade jurídica e regulatória, a alta demanda do mercado internacional para a aquisição de insumos e equipamentos, a necessidade de reorganização das operações logística e de produção, e a implementação de uma nova tecnologia. "Este ano, a nossa previsão é produzir cerca de três vezes mais do que o nosso volume anual de lotes, para atender à essa demanda de produção da vacina COVID-19 sem esquecer das entregas habituais. É importante pensar que esse escalonamento pra atender tem um impacto muito grande em todas as nossas áreas produtivas e de apoio", explicou.

Você pode assistir a participação de Mauricio Zuma no Simpósio Internacional de Pesquisa e Inovação do IOC clicando aqui.

Já no Fórum de Saúde Brasil, promovido pelo grupo Infoglobo, Zuma contou com a companhia de Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), e José Carlos Felner, presidente da GSK Brasil. A mediação foi da jornalista Flávia Oliveira, colunista de Economia do jornal O Globo. Os três foram convidados a partilhar suas percepções sobre os aprendizados deste primeiro ano de pandemia e a importância da indústria farmacêutica nacional neste momento.

Abrindo o debate, Isabella ressaltou que, ao contrário da ciência, que demonstrou grande competência e celeridade na resposta à pandemia, a comunicação, por sua vez, deixou a desejar, com o surgimento de uma "pandemia" de informações confusas e, muitas vezes, desencontradas. "Nem os médicos estão recebendo informações da forma como deveriam. E não são apenas as fake news, não. Também há muita desinformação, no sentido de informações erradas ou desencontradas. E isso atrapalha muito a se gerar uma credibilidade nas campanhas criadas", ponderou.

Respondendo à pergunta sugerida por Flávia Oliveira, Zuma reforçou a percepção apontada por Isabella e acrescentou: "Este foi um ano de mudança total de paradigmas, em várias áreas. A gente pode ver uma verdadeira revolução, com coisas acontecendo em paralelo e nos permitindo chegar a respostas à pandemia em um curtíssimo prazo", afirmou, citando também as ações desenvolvidas por Bio-Manguinhos no combate à pandemia, desde o princípio, como o desenvolvimento de kits diagnósticos e estudos de prospecção para parcerias com vistas à produção nacional de uma vacina.

"Com pouco tempo desde que nós começamos a receber as primeiras informações, nós já estávamos produzindo os primeiros lotes com processamento final da vacina e, mais uma vez, isso quebrou todos os nossos paradigmas, pois nós nunca implementamos a produção de uma vacina com uma plataforma até então desconhecida de forma tão ágil", afirmou.

Você pode assistir a todo o debate do Fórum de Saúde Brasil clicando aqui.

 

Jornalista: Thais Christ. Imagem: Bernardo Portella.

 

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