De acordo com o Boletim Epidemiológico 16 - Volume 52 do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 903 casos confirmados da Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) temporalmente associada à COVID-19 de 1º de abril de 2020 a 17 de abril de 2021 (Semana Epidemiológica 15). Destes, 61 evoluíram para óbito - o que representa uma letalidade de 6,8%.
"A maioria dos casos possuem evidência laboratorial de infecção recente pelo SARS-CoV-2, dessa forma 695 casos (77%) foram encerrados pelo critério laboratorial e 208 casos (23,1%) pelo critério clínico-epidemiológico, por terem histórico de contato próximo com caso confirmado para COVID-19. Há predominância de crianças e adolescentes do sexo masculino 512 (56,7%), e crianças menores, nas faixas etárias de 0 a 4 anos (44,1%) e de 5 a 9 anos (32,7%). Dentre os óbitos, 50,8% foram em crianças de 0 a 4 anos", informa o Boletim.
Os casos confirmados ocorreram em 26 unidades da federação, das quais 20 possuem registro de óbitos. Os estados que mais notificaram casos confirmados foram: São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Histórico
Durante pico da pandemia da COVID-19 na Europa, em abril, surgiu o alerta sobre a identificação de uma nova apresentação clínica em crianças, possivelmente associada à infecção pelo Sars-CoV-2, em diferentes países. Posteriormente ela foi definida como Multisystem inflammatory syndrome in children (MIS-C), traduzido para o português como síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P). Em 24 de julho, o Ministério da Saúde implantou o monitoramento nacional da ocorrência da SIM-P temporalmente associada à COVID-19.
A doença possui, segundo o Ministério da Saúde, “amplo espectro de sinais e sintomas, caracterizada por febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir gastrointestinais – com importante dor abdominal – conjuntivite, exantema (rash cutâneo), erupções cutâneas, edema de extremidades, hipotensão, dentre outros. Os sintomas respiratórios não estão presentes em todos os casos. Há importante elevação dos marcadores inflamatórios e o quadro clínico pode evoluir para choque e coagulopatia”.
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Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Kanchanap, Freepik.