Durante todo o mês de março, Bio-Manguinhos participou de diversos webinários sobre COVID-19 junto a instituições nacionais e internacionais. A importância da campanha de vacinação para combater a pandemia foi o tema do webinário “Panorama da Vacinação COVID-19”, promovido pela Finep no começo de março.
O evento, que contou com a participação de representantes de Bio-Manguinhos, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Secretaria Municipal de Imunizações do Rio de Janeiro, teve a moderação da coordenadora da Assessoria Clínica do Instituto (Asclin), Maria de Lourdes Maia, que destacou a importância do SUS e dos órgãos públicos da Fiocruz e Instituto Butantan no desenvolvimento de vacinas.
A gerente do Programa de Vacinas Virais de Bio-Manguinhos, Elena Caride, falou sobre as vacinas que estão sendo desenvolvidas no país e explicou suas diferentes tecnologias, ressaltando o trabalho do Instituto para produzir a vacina COVID-19 (recombinante), que recebeu o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 12 de março. O processo de estudos clínicos para o desenvolvimento de vacinas foi o tema abordado pela médica da Asclin, Eliane Matos. Outra médica da assessoria, Patrícia Mouta falou sobre o monitoramento de eventos adversos após o início da vacinação, que vem sendo realizado pela área de farmacovigilância.
Também participaram do webinário a coordenadora de Imunizações da Secretaria Municipal de Imunizações do Rio de Janeiro, Nadja Greffe, que apresentou dados da campanha de vacinação no município, e a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, que abordou a volta às aulas escolares durante a pandemia.
Bio In-nova Ação
No dia 11 de março, o Bio In-nova Ação, iniciativa de Bio-Manguinhos para o compartilhamento de informações produzidas e acumuladas por especialistas que atuam de forma colaborativa na indústria biofarmacêutica, chegou a seu sétimo painel. Nesta edição, o tema foram os diagnósticos sorológico e molecular da COVID-19, com foco na situação atual e nos novos desafios que se apresentam com o surgimento de variantes genéticas do vírus.
Com participação do epidemiologista Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e de Patrícia Alvarez, da Vice-diretoria de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos, o encontro discutiu o impacto dessas variantes na estratégia de testagem para a vigilância epidemiológica, além do desempenho e da aplicabilidade dos ensaios de detecção de antígenos e anticorpos neutralizantes e como eles podem auxiliar a estratégia de vacinação.
Assista aqui ao evento completo.
Ensaios clínicos
No dia 18 de março, ocorreu o webinário “Ensaios clínicos com vacinas de COVID-19”, com a participação da infectologista da Asclin Tatiana Noronha. Esse evento foi promovido pelo Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos, da Ensp/Fiocruz (Ceensp). Participaram, ainda, o coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), Jorge Venâncio, o integrante da Conep e professor da Universidade Católica do Paraná (PUC/PR), Sérgio Siqueira e o gerente interino de Avaliação de Segurança e Eficácia de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Santos. O encontro foi mediado pela coordenadora do Fórum de Comitês de Ética em Pesquisa da Fiocruz, Ângela Esher, e coordenado por Jennifer Braathen, coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/Ensp).
Ela explicou como foi a corrida mundial e nacional pelo desenvolvimento de uma vacina e as plataformas tecnológicas mais utilizadas (ácido nucleico, inativada, vetor viral adeno e de subunidade). Mostrou a tendência na evolução de pesquisa e desenvolvimento na indústria biofarmacêutica. “Os estudos clínicos, normalmente, demoram alguns anos. “Mas, como as vacinas para COVID-19 precisavam ser desenvolvidas em um tempo mais curto, por ser em uma situação de emergência, os estudos foram realizados em um curto espaço de tempo, com sobreposição de etapas, o que permitiu a autorização de uso emergencial da Anvisa e, mais recentemente, o registro de algumas vacinas pela Agência sem abrir mão de critérios mínimos de segurança, eficácia e qualidade. Esse desenvolvimento acelerado também ocorreu em outros países, onde pode ser chamado de fast track. O conhecimento acumulado de vírus semelhantes também colaborou para que a vacina saísse mais rápido, sem contar um esforço e colaboração internacional”, detalhou.
COVID-19 na América Latin
Já no dia 27, o assessor científico sênior de Bio, Akira Homma, participou da “Conferência COVID-19 na América Latina: o papel do Projeto ECHO - Extension for Community Health Care Outcomes”. Este projeto, originado no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Novo México (EUA), tem vários pontos como o superhub ECHO Uruguai da Universidade da República e a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, que participam do projeto. Os participantes discutiram o modelo ECHO e seu papel no combate à atual pandemia na América Latina. Na ocasião, foram feitas atualizações sobre COVID-19, vacinas, tratamento e terapêutica; a situação da COVID-19 em diferentes países da América Latina e como o modelo do projeto ECHO está ajudando a comunidade da região com as melhores práticas durante a pandemia.
Akira Homma apresentou as principais frentes de Bio-Manguinhos no combate à COVID-19, como o desenvolvimento tecnológico do teste molecular em 40 dias e do teste rápido em parceria com a Chembio. Com relação às vacinas, ele enalteceu o desenvolvimento de vacinas autóctones por Bio-Manguinhos, uma sintética e outra de subunidade, e também as vacinas que são desenvolvidas em parcerias com a Emergex e Universidade de Oxford (sintética), vacina HDT (com tecnologia de mRNA). Ele mostrou detalhes da produção da vacina COVID-19, com tecnologia da AstraZeneca e Universidade de Oxford (adenovírus), que está sendo disponibilizada à população. Para finalizar, apresentou o desenvolvimento tecnológico de medicamentos, um deles autóctone (imunoterapia) e outro em parceria com a Unirio e Universidade Estadual do Pará (uso da lactoferrina).
Jornalistas: Gabriella Ponte, Thais Christ e Fernanda Alves. Imagem: Biancoblue e Tawatchai07, Freepik.