anomalias congenitas brasilO Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde, publicou número especial de seu Boletim Epidemiológico sobre o registro de anomalias congênitas em recém-nascidos no Brasil, de 2010 a 2019. De acordo com o boletim, "anomalias congênitas são alterações estruturais ou funcionais que se originam na vida intrauterina".

Tais alterações podem ser causadas por fatores etiológicos e detectadas antes, durante ou após o nascimento. "Apesar de muitas anomalias serem passíveis de intervenção em diferentes níveis, estes agravos representam uma das principais causas de mortalidade perinatal e neonatal, estando também associadas a importante morbidade dos indivíduos afetados", afirma o Ministério da Saúde. Causam também impacto emocional, social e financeiro para as famílias, e exigem preparo dos sistemas de saúde. De acordo com o Boletim, estima-se que "globalmente cerca de 6% dos nascidos vivos (NV) são diagnosticados com algum tipo de anomalia congênita". Já a Organização Mundial da Saúde estiam que cerca de 295 mil crianças morrem dentro das primeiras quatro semanas de vida em decorrência de anomalias congênitas.

No Brasil, as anomalias são a segunda principal causa de morte entre crianças até cinco anos de idade, e cerca de 24 mil recém-nascidos são registrados anualmente com algum tipo de anomalia. De acordo com o boletim, "sabe-se que este número encontra-se subestimado".

O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), por meio da Declaração de Nascidos Vivo (DNV), é a principal fonte de informações sobre crianças que nascem com anomalias congênitas no Brasil. Segundo o boletim, "foram registrados no Sinasc, entre 2010 e 2019, cerca de 16 mil nascidos vivos por ano diagnosticados com pelo menos uma das anomalias congênitas que compõem os oito grupos prioritários para vigilância ao nascimento no Brasil. Este número corresponde a cerca de 66% do total de nascidos vivos diagnosticados com qualquer tipo de anomalia congênita por ano registrados no Sinasc. A maior captação de casos foi observada no ano de 2016 (17.662), diante do aumento de casos de microcefalia no país. Em contrapartida, o menor número de registros foi verificado em 2010 (14.037), muito provavelmente devido às mudanças aplicadas na DNV a partir de 2011, o que possibilitou a notificação de um número maior de anomalias para cada criança e melhorou a captação desses casos nos anos seguintes".

São oito os grupos de anomalias congênitas prioritárias para a vigilância ao nascimento:

- Defeitos de tubo neural

- Microcefalia

- Cardiopatias congênitas

- Fendas orais

- Anomalias de órgãos genitais

- Defeitos de membros

- Defeitos de parede abdominal

- Síndrome de Down

Os dados sobre acada uma delas no período 2010-2019 pode ser verificadso no boletim. As anomalias congênitas mais prevalentes no país foram os defeitos de membros (24,4 casos em cada 10 mil nascidos vivos), seguido por cardiopatias congênitas (8,4/10 mil), fendas orais (6,1/10 mil) e defeitos de órgãos genitais (4,6/10 mil). Já as anomalias que registraram maior avanço no período entre 2010 e 2019 foram microcefalia (aumento de 125%) e cardiopatias congênitas (107%).

 

Acesse o número especial do Boletim Epidemiológico

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Ksandrphoto, Freepik

 

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