febre amarela macacos vacinacaoO assessor científico de Bio-Manguinhos Marcos Freire e o analista do Laboratório de Tecnologia Virológica (Latev) André Tavares participaram da Mesa Redonda “Macacos, febre amarela e vacinas”, promovida pela Sociedade Brasileira de Primatologia em 18 de janeiro. O evento abordou a possibilidade da vacina febre amarela 17DD atenuada ser utilizada em diversas espécies de primatas brasileiros que podem ser infectados pelo vírus da febre amarela.

Recentemente, Marcos Freire coordenou estudo sobre o uso da vacina 17DD nos animais. “Sempre trabalhamos com primatas não-humanos, para avaliar as vacinas experimentais, os lotes-sementes, e para a definição dos insumos necessários para a produção. Desde o início da década de 1990, o nosso grupo faz isto nos chamados macacos do Velho Mundo, mais especificamente nos macacos rhesus, não aqueles da fauna brasileira, macacos do Novo Mundo. Estes nunca foram usados como modelos animais para a vacina de febre amarela 17DD ou mesmo para avaliar novas abordagens, como vacinas de subunidade ou inativadas”, comenta Marcos.

Nos micos-leões-dourados de vida livre está sendo utilizada uma diluição da dose da vacina - em torno de 1/150 em relação à dose usada em seres humanos. A primeira fase do programa prevê a vacinação de 500 animais em um período de até três anos.

A realização deste trabalho foi possível após a conclusão de um outro, feito em parceria com o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro durante o surto de febre amarela que ocorreu entre fins de 2016 e os primeiros meses de 2017.

"A partir de dezembro de 2016, ocorreu ampla distribuição da febre amarela no Brasil, e também a cooperação entre Bio-Manguinhos e o Centro de Primatologia para vacinar animais suscetíveis, das espécies de bugios e micos-leões. Quando começamos este trabalho, a nossa principal preocupação era com a segurança da aplicação da vacina febre amarela 17DD atenuada nestes animais, mas também era necessário avaliar a eficácia do produto em diferentes espécies de animais sob risco de extinção. Começamos com os micos-leões da cara dourada e em sequência com os bugios. Iniciamos com doses menores e fomos aumentando a dosagem. Concluímos com os bugios, após 1 ano, que apresentaram resposta imune para a febre amarela e não tiveram eventos adversos nas três espécies de bugios vacinados", explica o assessor.

O mesmo foi observado em três espécies de micos-leões (dourado, da cara dourada e pretos), onde mostrou-se a segurança e eficácia da vacina que induziu a produção de anticorpos neutralizantes que foram mantidos por 1 ano.

 

Assista à integra do evento

 

Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Luanduam, Freepik.

 

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