O ano de 2020 não foi fácil em termos de saúde pública para o Brasil. Adoecimentos e mortes por COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, vitimaram famílias e exigiram reforços para o Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, o alerta sanitário, além da pandemia, é para a dengue.

O verão, que começou em 21 de dezembro, marca o período normalmente mais crítico para a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Este ano, o Ministério da Saúde já registrou quase um milhão de casos de dengue, no período de janeiro até a segunda quinzena de novembro, de acordo com a estatística mais recente do governo federal. Ao todo, 528 pessoas morreram. Os números, que já são alarmantes, podem ser ainda maiores.

Internamente, a pasta da Saúde avalia que, devido ao enfrentamento da pandemia do coronavírus, pode estar ocorrendo atraso ou subnotificação das arboviroses, já que as equipes de vigilância epidemiológica estão focadas no registro dos casos de COVID-19.


Nos últimos dois anos, sanitaristas perceberam que a dengue está circulando mais na sociedade brasileira (veja números abaixo). Para se ter dimensão do risco, o número de casos de dengue registrados no Brasil em 2019 foi o segundo mais alto da série histórica, iniciada em 1975. Foram 1,7 milhão de casos e 754 mortes.

Mortes por dengue no Brasil nos últimos quatro anos:

2020: 528 (até novembro)
2019: 754
2018: 155
2017: 185

Estação marcada por altas temperaturas e pancadas de chuvas, o verão contribui para o aumento da circulação do vírus da dengue. O período mais crítico é entre dezembro e março.

Para se proteger, não tem alternativa: é preciso mobilizar a população para desenvolver ações efetivas para eliminação e redução dos criadouros dos mosquitos – ou seja, nada de água parada.

Os casos em 2020, de acordo com o Ministério da Saúde, estão centralizados nas seguintes unidades federativas: Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Distrito Federal e Goiás. Estas duas últimas apresentaram taxa de incidência acima de 100 casos a cada 100 mil habitantes.

Neste ano, segundo o Metrópoles apurou, o governo federal trocou o inseticida utilizado no combate ao mosquito transmissor. O mesmo produto era usado há sete anos, o que pode ter contribuído para o surgimento de insetos mais resistentes.

O governo federal distribuiu 75,8 mil quilos de larvicida e 187 mil litros do adulticida, que mata larvas e mosquitos.

A União admite, contudo, que a logística dos insumos estratégicos ficou prejudicada, o que pode gerar possíveis atrasos na distribuição dos inseticidas. O problema é atribuído à pandemia.

 

Cuidado redobrado


Com a pandemia, a recomendação dos médicos é de que as pessoas redobrem os cuidados e estejam atentas para qualquer sintoma. O médico José David Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia no Distrito Federal, explica que atendimentos rápidos têm melhores prognósticos.

“Não há, até agora, essa correlação de que ter tido COVID-19 possa piorar a dengue. Isso é um campo aberto de estudo. O que, sim, é certo, é que a COVID-19 dá falsos positivos no teste sorológico de dengue, e que ambas as doenças podem se confundir na apresentação clínica”, salienta.

O especialista faz um alerta: “A principal recomendação é procurar de imediato um serviço de saúde, caso apresente um quadro febril. Dengue pode matar se a pessoa não tomar uma medida fundamental: hidratar-se de forma intensa, isto é, quatro litros de líquidos em 24 horas”.

 

Fonte: Jornal Metrópoles

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