Abiofábrica do Método Wolbachia em Campo Grande (MS) foi inaugurada na última quinta-feira (10/12). A estrutura irá viabilizar a produção de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia para atender a capital sul mato grossense, dentro da parceria entre o Ministério da Saúde, o World Mosquito Program (WMP Brasil), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Prefeitura de Campo Grande e o Governo de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, foi realizada a liberação dos wolbitos - como são chamados os Aedes aegypti com a Wolbachia - marcando o início das liberações semanais no município.

A inauguração do espaço contou com a presença do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, e do secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho e demais autoridades. A capital é a terceira do país a receber o método.

Na ocasião, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, destacou a importância da Wolbachia. “Esse é um método de controle das arboviroses que tem apresentado resultados promissores. Ao contrário de matarmos mosquitos, nós soltamos os mosquitos com a Wolbachia e assim conseguimos controlar as arboviroses”. Segundo ele, essa não é uma medida isolada: “A Wolbachia é mais uma arma na luta contra o mosquito. Não podemos deixar de ter os cuidados diários contra esse inimigo”, alertou.

Participaram também do evento o representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Fernando Avendanho, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Rogério dos Santos Leite, e o representante da Organização Pan-Americana da Saúde OPAS, Rodrigo Said. Além do coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio e o líder do Método Wolbachia no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira.

A liberação dos mosquitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos.

Na capital mato grossense, a implementação da iniciativa é realizada em parceria com a Prefeitura de Campo Grande. A Secretaria de Estado da Saúde do Mato Grosso do Sul também é parceira e cedeu um espaço anexo ao Laboratório Central (Lacen), reformado e equipado pelo WMP Brasil/Fiocruz, onde funcionará a biofábrica para a produção dos Aedes aegypti com Wolbachia, o que proporcionará maior sustentabilidade para o projeto na cidade.

Método Wolbachia em Campo Grande

Em Campo Grande as liberações começam pelos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Os wolbitos serão liberados semanalmente nestes locais, durante 16 semanas, por agentes da Prefeitura de Campo Grande. As liberações ocorrem no período da manhã e são feitas por meio de veículos cedidos pela Secretaria Estadual de Saúde.

O trabalho de engajamento comunitário segue em realização, mobilizando equipes de saúde, da rede pública de ensino e lideranças sociais. No próximo semestre, os bairros a receberem os mosquitos são Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e América.

Mais informações sobre o Método Wolbachia estão disponíveis em wmpbrasil.org ou @wmpbrasil nas redes sociais.

Método Wolbachia

O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados preliminares observacionais apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói.

A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.

Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam no inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia.

 

Fonte: Ministério da Saúde com informações do Nucom SVS. Imagem: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal, Acervo Fiocruz Imagens.

 

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