Para evitar interrupções no fornecimento de produtos médicos durante futuras emergências de saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) pediram um diálogo entre os setores de saúde, indústria, ciência e tecnologia da região.

"A escassez de produtos médicos pode causar interrupções na assistência à saúde e colocar a saúde e a vida em risco", disse a diretora da Opas, Carissa F. Etienne. “Por isso, é prioritário que saúde, ciência, tecnologia e indústria trabalhem juntas para garantir o acesso equitativo a medicamentos e outras tecnologias essenciais, não apenas em tempos de paz, mas também durante futuras emergências”, acrescentou.

Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, destacou que “a indústria da saúde é um setor estratégico e temos o desafio de conciliar seus objetivos sociais de atendimento às necessidades de saúde da população com suas possibilidades de desenvolvimento econômico regional. Saúde, ciência e tecnologia integradas e políticas industriais pautadas por esse desafio e missão, e no âmbito de uma parceria público-privada, são essenciais para isso”.

A pandemia de COVID-19 revelou fragilidades estruturais nos sistemas de saúde da região e a base para repensar o desenvolvimento, bem como a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento globais, com restrições de importação e disponibilidade insuficiente de produtos médicos e tecnologias de saúde para atender a grandes aumentos na demanda.

Além disso, a região possui uma indústria de manufatura de saúde que, salvo algumas exceções, não é bem desenvolvida e possui baixos níveis de sofisticação tecnológica, levando a uma alta dependência de produtos externos; segundo estimativas da Cepal, apenas 4% das importações de produtos médicos relacionadas à resposta à COVID-19 na América Latina e no Caribe tiveram origem na própria região.

Rumo a um mercado regional integrado de medicamentos e tecnologias

A Opas e a Cepal concordaram com a necessidade de uma visão renovada de políticas integrais, que considere os objetivos e necessidades do setor da saúde e estimule o desenvolvimento industrial do setor.

O desafio é avançar para um mercado regional integrado de medicamentos e outras tecnologias em saúde, com base em redes de pesquisa e produção compartilhadas pelos países. Se a escala necessária for atingida, esse mercado poderá reduzir a dependência externa e garantir o acesso aos produtos médicos necessários para atender à demanda regional.

No encontro, participantes de ministérios da Saúde e Ciência e Tecnologia, além de representantes de associações da indústria de medicamentos e outras tecnologias de países em desenvolvimento, também discutiram a situação regional e as perspectivas de implementação de políticas integrais, bem como as condições de melhoria da capacidade produtiva. Além disso, trocaram informações sobre iniciativas nacionais para o acesso equitativo a medicamentos e outras tecnologias em saúde.

 

Fonte: Opas. Imagem: Sompong_Tom, Freepik.

 

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