Bio-Manguinhos participou do Biossimilars Latam 2020, evento online que reuniu profissionais do Brasil, México, Argentina e Colômbia nos dias 11 e 12 de novembro. O Instituto também esteve presente no Fórum Brasileiro sobre Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (FAFF), que foi realizado de 9 a 12 de novembro. A vice-diretora de Qualidade do Instituto, Rosane Cuber, ministrou palestras nos dois webinars no dia 11, discutindo sobre biossimilares com especialistas nacionais e internacionais.

O Biossimilars Latam 2020 teve o objetivo de discutir a implementação dos biossimilares nos países da América Latina e trocar experiências sobre temas como estudos clínicos, questões regulatórias, qualidade e eficácia dos medicamentos, intercambialidade, dentre outros. Rosane Cuber esteve na mesa redonda “Biossimilares: onde eles estão e onde eles estarão em 2022?” com Jaime Uribe, CEO da Probiomed, e o moderador Saul Guevara, gerente de produto da Sartorius, ambos do México, discutindo como está a situação dos biossimilares naquele país, demonstrando que ainda estão se adaptando legalmente e na capacidade de produção, assim como o Brasil.

Rosane comentou que Bio-Manguinhos já fornece ao SUS biológicos originadores e biossimilares e a intenção do Instituto é ampliar cada vez mais o portfólio. “Nossa intenção é introduzir adalimumabe biossimilar no portfólio ano que vem. Estamos construindo uma política no Brasil. Ela está sendo desenhada em colaboração do governo com os pacientes para a melhor implementação dos biossimilares no SUS. Para nós, é muito bom ter essa política para nos embasar melhor ouvindo inclusive os médicos que atuam na ponta”.

Sobre como tornar a América Latina mais forte nesse ramo, Rosane destacou que o ecossistema da inovação deve ser aprimorado, permitindo, inclusive, que start ups atuem no desenvolvimento de soluções inovadoras. “O setor público vem implementando políticas, como o marco legal da ciência, tecnologia e inovação. O Ministério da Saúde está fechando cada vez mais Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), transferindo tecnologia do setor privado para os laboratórios públicos brasileiros, tornando nossa equipe mais capacitada e melhorando a nossa infraestrutura. Por conta desse desenvolvimento nos últimos anos é que está sendo possível enfrentarmos a pandemia de COVID-19 com vacinas. Por isso, continuar investindo na ciência e tecnologia é primordial para enfrentarmos futuros desafios ou até mesmo pandemias”.

Foi discutida a preocupação tanto dos laboratórios públicos e privados com relação à qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos para oferecer os melhores tratamentos para os pacientes. É um consenso de que a regulamentação com relação aos biossimilares deve implantada o quanto antes, sendo clara e beneficiando os pacientes. Foi falado, ainda, que a política de PDPs é um ótimo modelo e que deveria ser adotado por toda a América Latina, fortalecendo a indústria farmacêutica local.
FAFF
Neste evento, Rosane palestrou sobre “As Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) no âmbito do Complexo Industrial da Saúde (CIS) e a sustentabilidade do SUS” reforçando a importância do financiamento na área da saúde, ciência e tecnologia públicas.

A vice-diretora participou do painel “Biológicos e Biossimilares: avanços de perspectivas no Brasil e na Europa”, que também contava com a presença de Camile Castilho Fontelles, gerente médica na Amgen, que palestrou sobre “Os desafios da biotecnologia para o desenvolvimento do biossimilares”, e a moderação foi feita por Lindemberg Assunção Costa, coordenador do Centro de Inovação e Avaliação de Tecnologias em Saúde (CINATS) e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Rosane destacou as políticas para ampliação de acesso a medicamentos biológicos e a importância de diminuir a dependência de tecnologia externa. Mostrou o decreto regulatório, que foi lançado em outubro de 2020, da Lei nº 13.243, que é o Marco de Ciência, Tecnologia e Inovação. “Internalizamos essa lei e seus principais pontos embasaram a Política de Inovação da Fiocruz, que serve para orientar as ações institucionais e gestão da inovação de forma a promover a geração de conhecimento, de produtos e serviços e a ampliação do acesso à saúde para a sociedade”.

O marco traz a simplificação na celebração de convênios para a promoção da pesquisa pública; maior compartilhamento de recursos entre atores públicos e privados; valorização da propriedade intelectual; estímulo a projetos cooperativos; entre outros, para o Brasil ser um desenvolvedor próprio de moléculas. Sobre a política, a Fiocruz possui capacidade de desenvolvimento tecnológico e inovação para a sustentabilidade e a efetividade do SUS e para a consolidação do CIS.

Rosane definiu as PDPs, mostrou suas etapas e benefícios. A vice-diretora mostrou as parcerias dos biofármacos originadores e biossimilares, que hoje somam 10 produtos em Bio-Manguinhos. Ela encerrou a apresentação apresentando toda a parte de registro sanitário, explicando sobre o exercício de comparabilidade para os parâmetros de qualidade, segurança e eficácia.

 

Jornalista: Gabriella Paredes. Imagem: Freepik.

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.