A distribuição de futuras vacinas contra a COVID-19 “será desafiadora e cara” e, por isso, é essencial que os países comecem a se preparar agora”, afirmou Jarbas Barbosa, subdiretor da Organização Pan-Americana da Saúde durante coletiva de imprensa em 18 de novembro. As projeções para a América Latina e o Caribe mostram que vacinar 20% da população custará mais de US$ 2 bilhões.

A Opas já está trabalhando com países das Américas para facilitar o acesso às vacinas contra a COVID-19 pelo mecanismo Covax e oferecerá a opção de comprar as vacinas em larga escala por meio do Fundo Rotatório da Opas. “Até hoje, 28 países autofinanciados assinaram acordos com o Covax e mais 10 países são elegíveis para apoio no âmbito do Compromisso de Mercado Avançado (AMC) do Covax”, ressaltou Barbosa.

A Organização também firmou uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a União Europeia e outras instituições financeiras, além de doadores, para garantir o financiamento necessário para garantir a adesão de países de baixa renda na Região.

Barbosa destacou que, “embora a Região continue a enfrentar desafios para responder ao vírus, a semana passada trouxe algumas boas notícias com relação ao desenvolvimento de potenciais vacinas contra a COVID-19. “Isso é encorajador e estamos ansiosos para revisar os dados que as acompanham”, disse o subdiretor da Opas, pontuando que “apenas uma vacina que se provou segura e eficaz será aprovada pelos órgãos reguladores, endossada pela OMS e, em última instância, disponibilizada pelo Covax".

Faltam alguns meses para a vacina contra a COVID-19, “portanto, as medidas para reduzir a propagação do vírus, controlar a transmissão e salvar vidas devem continuar: usar máscaras, manter distância física, evitar reuniões desnecessárias e seguir as recomendações das autoridades sanitárias locais e nacionais”, acrescentou o subdiretor da Opas.

Desde o início da pandemia, mais de 23 milhões de pessoas foram infectadas com a COVID-19 em nossa região e mais de 680 mil morreram em consequência do vírus. Na última semana, a Região das Américas registrou quase 1,5 milhão de casos e 19 mil mortes em razão da doença, disse Barbosa.

A América do Norte, incluindo Estados Unidos, México e Canadá, “continua sendo uma impulsionadora significativa de novas infecções” e, na América Central, a resposta à COVID-19 está sendo afetada pelos furacões Eta e Iota. Na maioria dos países andinos, os casos diminuíram, embora o Brasil esteja registrando aumentos de casos e mortes em alguns estados e o Uruguai, único país com transmissão em cluster, tenha registrado picos em algumas áreas de sua fronteira com o Brasil, revelou o subdiretor da Opas.

“Está claro que, como esse vírus continua se espalhando ativamente em nossa região, os países devem permanecer vigilantes. Cada país deve continuar a monitorar sua situação epidêmica e, caso surjam novas infecções, devem adaptar suas respostas rapidamente para evitar novos surtos”, ressaltou.

Além disso, “devemos aproveitar ao máximo as vacinas que salvam vidas já disponíveis para prevenir outros surtos de doenças graves, como poliomielite e sarampo”, disse Barbosa, observando que a Opas está trabalhando em estreita colaboração com os governos para revisar seus programas de imunização, compartilhar informações regulamentares e fortalecer sua capacidade de cadeia de frio e garantir uma distribuição fácil e rápida de novas vacinas contra a COVID-19, quando aprovadas.

Barbosa também observou que as taxas de vacinação continuam caindo nas Américas e têm sido afetadas pelas interrupções em decorrência da COVID-19, com uma redução na demanda por serviços de vacinação. “Neste ano, 9 países da Região das Américas notificaram um total de 8.479 casos de sarampo, incluindo 8 mortes, e 5 países notificaram 56 casos de difteria, incluindo 16 mortes. Ambas as doenças são totalmente preveníveis com vacinas”, disse.

A Opas e o Unicef já deram início ao processo de compra das vacinas contra a COVID-19 convidando fabricantes de vacinas em todo o mundo a se candidatarem a se tornarem fornecedores para os 186 países que aderiram ao Covax, que visa distribuir 2 bilhões de doses das vacinas em todo o mundo - com prioridade na proteção dos profissionais de saúde e pessoas com alto risco de COVID-19 grave. Barbosa também observou que existem 11 potenciais vacinas contra a COVID-19 em testes avançados.

 

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Fonte: Opas. Imagem: Getty Images.

 

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