De acordo com o Boletim Epidemiológico 43 do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 486 casos da Síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) temporalmente associada à COVID-19 até a Semana Epidemiológica 41, que foi até 10 de outubro.

Os casos foram em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, com aumento de 49 casos em relação à Semana Epidemiológica anterior. Há registro de 34 óbitos. A maioria dos casos possuem evidência laboratorial de infecção recente pelo Sars-CoV-2 (76,1%), e os demais casos (23,9%) histórico de contato com caso confirmado para a COVID-19. A maior parte dos casos ocorreu em crianças nas faixas etárias de 0 a 4 anos (40,1%) e de 5 a 9 anos (31,7%). Dentre os óbitos, 58,8% ocorreram em crianças de 0 a 4 anos.

Os casos confirmados ocorreram em 21 unidades da federação, das quais 12 possuem registro de óbitos. Não havia registro de novos casos nos estados do Acre, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Por outro lado, a maior concentração de casos notificados desde o início da pandemia ocorreu em São Paulo, Ceará e Pará e Rio de Janeiro.

Histórico

Durante pico da pandemia da COVID-19 na Europa, em abril, surgiu o alerta sobre a identificação de uma nova apresentação clínica em crianças, possivelmente associada à infecção pelo Sars-CoV-2, em diferentes países. Posteriormente ela foi definida como Multisystem inflammatory syndrome in children (MIS-C), traduzido para o português como síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P). Em 24 de julho, o Ministério da Saúde implantou o monitoramento nacional da ocorrência da SIM-P temporalmente associada à COVID-19.

A doença possui, segundo o Ministério da Saúde, “amplo espectro de sinais e sintomas, caracterizada por febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir gastrointestinais – com importante dor abdominal – conjuntivite, exantema (rash cutâneo), erupções cutâneas, edema de extremidades, hipotensão, dentre outros. Os sintomas respiratórios não estão presentes em todos os casos. Há importante elevação dos marcadores inflamatórios e o quadro clínico pode evoluir para choque e coagulopatia”.

 

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Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Pikisuperstar, Freepik.

 

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