De acordo com OMS, "a COVID-19 não será a última emergência de saúde do mundo e há uma necessidade urgente de preparação sustentável para emergências de saúde para lidar com a próxima".
Este foi o sentimento compartilhado pelos participantes do evento paralelo à Assembleia Geral da ONU, "Preparação sustentável para a segurança da saúde e resiliência: Adotando uma abordagem de toda a sociedade e quebrando o ciclo do 'pânico e depois esqueça' ". O evento foi co-organizado por OMS, Finlândia, França e Indonésia.
Segundo os organizadores, "crises anteriores mostraram que, uma vez que um surto está sob controle, governos e doadores tendem a voltar sua atenção para outras preocupações urgentes. Este ciclo de "pânico e depois esqueça” impediu o desenvolvimento de uma preparação eficaz para emergências de saúde em todo o mundo. O mundo precisa quebrar esse ciclo de uma vez por todas".
“Ao longo dos anos, produzimos muitos relatórios, análises e recomendações, todos afirmando o mesmo: o mundo não está preparado para uma pandemia. A COVID-19 revelou a verdade: quando chegou a hora, o mundo ainda não estava pronto ”, ressaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, para solicitar investimentos na preparação, com uma abordagem de todos governos e sociedades, de enfrentamento a uma nova pandemia. "Esta não será a última pandemia, nem a última emergência global de saúde. Com os investimentos certos, feitos agora, podemos promover a segurança da saúde, prevenir e mitigar futuras pandemias e proteger nosso futuro e o futuro das gerações vindouras", comentou.
Segundo o presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), Francesco Rocca, o organismo aprendeu no trabalho de sua rede em 192 países que a necessidade de investir na preparação e "promover a ação humanitária a ser o mais local possível, tão necessária quanto globalmente", é urgente. "Apelamos aos governos, parceiros e doadores para investir na preparação ao nível da comunidade para salvar vidas e aliviar o sofrimento na próxima emergência inevitável".
Já o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, pediu um compromisso sustentado de preparação. "Não podemos deixar o mundo esquecer porque a próxima pode ser pior. A COVID-19 pode ser apenas o prenúncio do que pode vir, vivemos sob muitos riscos", comentou.
O evento marcou o diálogo entre países, doadores e parceiros na construção de uma preparação melhor para as futuras emergências sanitárias e ocorreu na esteira do lançamento de relatório do Conselho de Preparação e Monitoramento Global que indica: os investimentos em preparação custariam apenas US$ 5 por pessoa ao ano, enquanto o custo desta pandemia já ultrapassou os US$ 11 trilhões.
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Jornalista: Paulo Schueler, com informações da OMS. Imagem: Trebork, Freepik.