O primeiro painel temático do Bio In-nova ação, uma iniciativa da Vice-diretoria de Desenvolvimento Tecnológico e do Grupo de Prospecção Tecnológica de Bio-Manguinhos, apoiada pela Gestão do Conhecimento da unidade, teve como tema “COVID-19 em foco: Prospecção tecnológica em Bio-Manguinhos”. A live, que aconteceu no dia 10 de setembro e foi transmitida no canal de Bio-Manguinhos no YouTube, teve como palestrantes os colaboradores da unidade Beatriz Fialho, Diana Praia, Lívia Rubatino e Hugo Defendi, e o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico, Sotiris Missailidis, como mediador.

Sotiris fez uma breve introdução, afirmando ser uma iniciativa para compartilhamento de conhecimentos gerado e acumulado por especialistas que atuam de forma colaborativa na indústria farmacêutica. O primeiro encontro focou nas estratégias de prospecção adotadas por Bio-Manguinhos no enfrentamento da pandemia. “Os resultados das metodologias empregadas nas atividades prospectivas subsidiam as tomadas de decisão quanto aos produtos e apoiam as discussões com os parceiros para o desenvolvimento e introdução de insumos estratégicos capazes de contribuir com as frentes de atuação de Bio no enfrentamento da COVID-19”, afirmou o vice-diretor.

A assessora executiva da Diretoria, Beatriz Fialho, fez a primeira apresentação - “Desafios da PD&I” - mostrando o que tem sido feito em termos de prospecção para a COVID-19 e os desafios enfrentados para apoiar a tomada de decisão na unidade, que segundo ela, se resumem em quatro: necessidade de encurtar o tempo para o desenvolvimento de produtos, que em momentos de emergência torna-se mais crítico; trabalhar com grande massa de dados; velocidade da geração do conhecimento; e a criação de redes de colaboração. Apresentou tendências do setor dentro do ciclo de PD&I, destacando as principais premissas para a prospecção. Diante desse cenário, o GT de Prospecção, liderado por ela, busca tecnologias que possam reduzir o tempo de introdução e desenvolvimento de um produto, em sinergia com as competências instaladas, estratégias de futuro e atendendo aos padrões regulatórios. “A prospecção é um processo que envolve, em grandes linhas, exploração do futuro; projeção, ou seja, ver esse futuro de forma mais materializada para tomar decisões; e prospecção (identificar efetivamente quais são as tecnologias, produtos, etc). Isso permite montar os cenários, de curto, médio e longo prazos. Identificamos as tendências, as bases de conhecimento, as aplicações e tecnologias, para aí sim auxiliarmos a tomada de decisões quanto ao portfólio, estratégias e posicionamento”, explicou.

Diana Praia, que trabalha no GT de Prospecção, falou sobre “A prospecção tecnológica como estratégia institucional para o desenvolvimento de imunobiológicos”. Ela explicou que o processo geral se inicia com a definição do “problema”, identificação do escopo para a condução do trabalho e quais os resultados esperados. “Para isso, utilizamos bases de dados, sites especializados e de empresas, complementados com contatos institucionais, press releases e outras fontes de informação. Os dados são trabalhados, enriquecidos, filtrados e analisados”. Apresentou os dados mais recentes dos painéis que o grupo vem elaborando desde março nos segmentos nos quais atua Bio-Manguinhos. Diana destacou o aspecto colaborativo. “Tem sido um processo muito rico e de muita troca de conhecimento e colaboração interna, o que reforça a importância da visão sistêmica, da colaboração e interdisciplinaridade dos conhecimentos necessários”.

Em seguida, Lívia Rubatino, do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT-Bio), apresentou o tema “Prospecção patentária das tecnologias relacionadas ao coronavírus”. Ela explicou que um estudo de prospecção é um estudo que visa o futuro e, para tal, nada melhor do que conhecer o presente e ter a ciência do passado. “As patentes possibilitam conhecermos a trajetória tecnológica de um produto”. Lívia destacou que, apesar do período de sigilo patentário ser de 18 meses, cada país tem a sua própria legislação de Propriedade Industrial. “Algumas patentes, assim que depositadas, já estão sendo publicadas. Por isso, conseguimos resgatar patentes recentes de SARS-CoV-2. Entretanto, a maioria das patentes para SARS-CoV-2 ainda está em período de sigilo. Devido a isto, buscamos as patentes com base na mesma tecnologia para poder traçar as trajetórias tecnológicas.” A prospecção patentária permite entender melhor a tecnologia, o grau de novidade e aplicabilidade dela e, assim, auxiliar a decisão estratégia de investimento em inovação.
O gerente da Divisão de Marketing e Novos Negócios (Dinne), Hugo Defendi, fechou a série de apresentações com “O papel da prospecção tecnológica na identificação de oportunidades de parceria”, em que contextualizou um pouco do cenário mundial, abordando os impactos da pandemia; apresentou a importância da prospecção tecnológica na busca de parcerias; falou sobre a interação entre os grupos de trabalhos no tocante às oportunidades de parcerias e apresentou os fluxos de trabalho e principais resultados por segmento de atuação de Bio-Manguinhos. Para ele, estamos vivenciando uma época de acontecimentos e avanços tecnológicos sem precedentes, em especial em relação ao processo de P&D de vacinas. E as parcerias construídas por Bio ao longo da sua história trouxeram muita experiência e capacidade ao Instituto, facilitando hoje a identificação de boas oportunidades. “E nesse momento, em especial, a prospecção vem como um suporte muito importante. O dinamismo da inovação e avanço tecnológico, em épocas de pandemia, exige uma rápida tomada de decisão, especialmente no direcionamento estratégico e na busca por parcerias, e neste sentido as práticas implementadas no Instituto, em relação ao grupo de prospecção e de especialistas, têm ajudado muito na identificação assertiva de oportunidades de negócio e potenciais parcerias.

Conforme já exposto pela Diretoria de Bio-Manguinhos e pela Presidência da Fiocruz, esse trabalho de prospecção vem sendo realizado em conjunto com a Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde, e em alinhamento com o Ministério da Saúde, que também acompanha o cenário.

Ao final do evento, foi abordada a importância do trabalho que vem sendo realizado por Bio-Manguinhos e como esta experiência poderia ser aproveitada para outros contextos. O principal destaque dado pelos participantes do webinar foi o aspecto da colaboração e multidisciplinaridade da prospecção que vem sendo realizada, que permite melhor visão sistêmica e geração de conhecimento em forma de rede.

Estão previstos outros encontros abordando temas como os imunobiológicos e tecnologias que vêm sendo desenvolvidos para a PD&I voltada ao enfrentamento da COVID-19 na indústria, os principais aspectos clínicos associados à COVID-19, dentre outros. Em breve, será divulgada a próxima live.

A íntegra do primeiro encontro do Bio In-nova ação, você confere aqui.

 

Acesse o especial sobre coronavírus do site de Bio-Manguinhos

 

Jornalista: Rodrigo Pereira. Imagem: Assessoria de Comunicação de Bio-Manguinhos

 

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