Metade das crianças brasileiras ainda não recebeu todas as vacinas que deveria em 2020. Isso é o que apontam os dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. Ainda segundo os índices divulgados, a cobertura vacinal está em 51% para o calendário infantil, quando o ideal é que fique entre 90% e 95% para garantir proteção contra doenças como sarampo, coqueluche, meningite e poliomielite.

O sarampo, aliás, tem aproveitado o baixo índice de imunização. Dados do Ministério da Saúde mostram que, até o início de agosto, o país tinha 7,7 mil casos confirmados da doença, que, até anos passado, era considerada erradicada no país. O ressurgimento é consequência da baixa cobertura vacinal: a taxa para a primeira dose da tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) está abaixo de 60% e a da segunda dose está abaixo de 50%. Nenhuma das vacinas previstas no calendário infantil teve índices acima de 60%.

Segundo especialistas, um dos motivos para a baixa taxa de imunizações é a pandemia de COVID-19, que levou as pessoas a evitarem sair de casa para vacinar os filhos. No entanto, vale lembrar que, ainda de acordo com dados do Ministério da Saúde, desde o ano passado o Brasil não atinge a meta de cobertura vacinal para as principais vacinas infantis. Outro fator que contribui na queda do percentual de crianças vacinadas é o movimento antivacina, que tem crescido exponencialmente em todo o mundo nos últimos anos.

Os dados, apesar de preliminares, preocupam. Especialmente se considerarmos uma possível volta às aulas ainda neste mês, como tem sido planejado em diversos estados brasileiros. Vale ressaltar que a orientação do Ministério da Saúde, independente do distanciamento social, é que seja mantido o calendário vacinal de crianças e também de adultos, não só como precaução individual, mas principalmente como forma de manter a proteção social contra doenças imunopreveníveis.

 

Acesse o especial sobre coronavírus do site de Bio-Manguinhos

 

Jornalista: Thais Christ, com informações do Data SUS e da Agência Saúde. Imagem: Freepik

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.