A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou pesquisa indicativa sobre o impacto da COVID-19 nos sistemas de saúde com base em relatórios de 105 países. Os dados coletados até junho indicam que quase todos os países (90%) sofreram interrupções em seus serviços de saúde, com os países de baixa e média renda relatando as maiores dificuldades.
A maioria dos países relatou que muitos serviços de rotina e eletivos foram suspensos, enquanto cuidados intensivos - como rastreio e tratamento do câncer e terapia para HIV - registraram interrupções de alto risco.
"A pesquisa ilumina as falhas em nossos sistemas de saúde, mas também serve para informar novas estratégias para melhorar a prestação de cuidados de saúde durante a pandemia e depois", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "A COVID-19 deve ser uma lição para todos os países de que a saúde não é uma equação do tipo "isso ou aquilo". Devemos nos preparar melhor para as emergências, mas também continuar investindo em sistemas de saúde que atendam plenamente às necessidades das pessoas ao longo da vida".
Serviços atingidos em todos os níveis
Os países experimentaram, em média, interrupções em 50% de um conjunto de 25 serviços. As áreas mais freqüentemente interrompidas foram imunização de rotina, diagnóstico e tratamento de doenças não transmissíveis, planejamento familiar e contracepção , tratamento para doenças mentais distúrbios de saúde, e diagnóstico e tratamento de câncer. Também foram relatadas interrupções no diagnóstico e tratamento da malária, detecção e tratamento de casos de tuberculose e tratamento anti-retroviral.
Adaptando estratégias
Os países começaram a implementar algumas das estratégias recomendadas pela OMS para mitigar interrupções nos serviços, como triagem para identificar prioridades, consultas online, mudanças nas práticas de prescrição e na cadeia de suprimentos e estratégias de informação de saúde pública. A OMS afirma que "continuará a trabalhar com os países e a fornecer ferramentas de apoio para lidar com as consequências da COVID-19".
Com a urgência da demanda, a entidade está desenvolvendo o COVID19: Health Services Learning Hub, plataforma baseada na web que permitirá o compartilhamento de experiências e o aprendizado de práticas nacionais inovadoras que podem informar a resposta global coletiva. A OMS também está elaborando pesquisas adicionais em nível subnacional e nas unidades de saúde para avaliar o impacto de longo prazo das interrupções e ajudar os países a pesar os benefícios e riscos de buscar diferentes estratégias de mitigação.
Acesse a pesquisa Orientação operacional para manutenção de serviços essenciais durante um surto
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Jornalista: Paulo Schueler, com informações da OMS. Imagem: Freepik