O diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, foi um dos convidados da Sociedade Americana de Química para o webinar "COVID-19: o que falta para termos a vacina?", no dia 27/8. O outro palestrante foi o especialista em inteligência de mercado do Instituto Butantan, Cristiano Gonçalves. Zuma falou sobre a vacina da COVID-19 e os caminhos que Bio-Manguinhos, no âmbito da Fiocruz, vem percorrendo para disponibilizar uma à população.

Inicialmente, ele abordou que, de uma forma geral, ainda há muitas dúvidas, pois sabe-se muito pouco sobre a doença. “É um desafio muito grande nas áreas de pesquisa, estudos clínicos e, também, na linha de produção, seja por necessidade de novos equipamentos ou novas apresentações, e ainda é preciso assegurar o acesso equitativo em escala global à população”, disse. E ressaltou a diversidade de fontes de financiamentos públicos e privados, “todos buscando o desenvolvimento da vacina para que chegue à população o quanto antes”.

Zuma abordou o trabalho de prospecção feito pelo Instituto até a identificação do projeto da Universidade de Oxford e AstraZeneca, com quem Bio-Manguinhos firmará parceria de transferência de tecnologia. “Nosso objetivo com essa parceria é dominar essa plataforma, receber toda a tecnologia para não só oferecer a vacina COVID-19 à população, mas também nos preparar para desenvolver novas vacinas e, assim, dar respostas mais rápidas em situações futuras”, explicou.

Zuma explicou que a parceria está dividida em duas fases muito importantes. “Na fase 1, vamos receber o IFA da AstraZeneca para nacionalizar as etapas de processamento final e controle de qualidade. Essa fase também envolve o registro junto à Anvisa. Já a fase 2 envolve a produção do IFA em Bio-Manguinhos. Haverá dois contratos: um de encomenda tecnológica e outro de transferência de tecnologia”, deixou claro. “Existem muitos desafios ainda, mas temos uma dose de otimismo de que o desfecho será positivo”, concluiu.

Em seguida Cristiano falou sobre as competências do Butantan e o projeto com a empresa chinesa Sinovac para também ofertar uma vacina para COVID-19. “O Butantan fez uma análise dos critérios e das plataformas tecnológicas e chegamos a alguns projetos para termos maior sucesso com a vacina, e um deles foi o da Sinovac”, explicou. “Esta vacina está em estágio avançado de desenvolvimento. Utiliza a tecnologia de vírus inativado, imunizando contra todos as proteínas do vírus. A Sinovac irá fornecer a vacina pronta para uso assim que houver a aprovação da Anvisa. A China já tem uma aprovação de emergência, e já está aplicando em voluntários (militares e profissionais da saúde)”, completou Cristiano.

 

Acesse o especial sobre coronavírus do site de Bio-Manguinhos

 

Jornalista: Rodrigo Pereira. Imagem: Bernardo Portella.

 

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