O Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveu o seminário Oportunidades e desafios para a inovação em saúde e a política industrial em um mundo pós-pandêmico, na quinta-feira 27/8. O evento contou com o convidado internacional Antonio Andreoni, professor associado de Economia Industrial na University College London (UCL) e chefe de pesquisa do Institute for Innovation & Public Purpose, também na UCL.

Andreoni comprovou a importância da participação do Estado como indutor de políticas industriais e de inovação que permitam às nações explorarem oportunidades de desenvolvimento envolvendo o avanço tecnológico, a sustentabilidade ambiental e a promoção da saúde, temas que estão na ordem do dia e fomentam reflexões durante a pandemia da COVID-19.

Crítico da garantia de liquidez à iniciativa privada sem a exigência de contrapartidas que garantam o bem-estar comunitário, como a manutenção de níveis de emprego e renda e o uso racional dos recursos naturais e energéticos, Andreoni defende que os Estados nacionais sejam “investidores de primeiro recurso” para o desenho de economias saudáveis.

O pesquisador defendeu que a crise econômica e a recessão decorrentes da COVID-19 promovem a oportunidade de repensar o papel do Estado e seu relacionamento com o mundo dos negócios.

“A suposição de longa data de que governos são um fardo para a economia de mercado foi desmentida. Redescobrir o papel tradicional do Estado como "investidor de primeiro recurso" - e não apenas como um emprestador de último recurso - é condição prévia para a formulação de políticas eficazes no pós-COVID”.

Segundo Andreoni, o investimento público aumentou. “Os Estados Unidos criaram pacote de estímulo de US$ 3 trilhões, a União Europeia de US$ 850 bilhões”, citou, complementando que o Japão jorrou US$ 1 trilhão em assistência não apenas às empresas, mas às famílias.

Para ele, entretanto, apenas ofertar dinheiro não é o suficiente, como a crise iniciada em 2008 com o “subprime” nos EUA já deveria ter ensinado. “Governos precisam projetar, implementar e impor condicionalidades ao recebimento dos benefícios, para que a iniciativa privada atue respeitando o crescimento inclusivo e sustentável”, ressalta.

 

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Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Starline, Freepik

 

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