episusO Ministério da Saúde tem se empenhado, ao longo dos anos, em aprimorar respostas às emergências em saúde pública. Um exemplo desse esforço é o programa EpiSUS que, por 20 anos, tem capacitado profissionais de saúde para atender às situações de surtos, epidemias, desastres, catástrofes e outras ameaças à saúde pública nacional ou internacional, em especial em áreas de fronteiras. Criado em 2000, o EpiSUS formou 139 profissionais de saúde que contribuíram com resposta a aproximadamente 400 surtos ou emergências de saúde pública e inquéritos de campo. Outros 19 profissionais estão em processo de formação.

Nesses 20 anos, os profissionais capacitados também ofereceram suporte em eventos de massa e assessorias em vigilância em saúde no Brasil e exterior, como em situações de emergência das microcefalias e anomalias congênitas associadas ao vírus Zika, pandemia de Influenza H1N1 e desastres ambientais.

“Sou egresso do EpiSUS e é uma satisfação ter feito parte desses 20 anos do programa de epidemiologia do campo. Tenho colegas egressos nas secretarias estaduais e municipais no esforço conjunto para enfrentar a epidemia. Afinal, foi para isso que fomos treinados”, destacou o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Macário.

Em todo o mundo, há diversos Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo (FETP, sigla em inglês), semelhantes ao EpiSUS, sendo 87 em mais de 165 países e territórios. Desses, 84% fazem parte de uma rede global, conhecida como Programas de Treinamento em Epidemiologia e Rede de Intervenções em Saúde Pública (TEPHINET, sigla em inglês). O primeiro FETP foi o do Estados Unidos, Epidemic Intelligence Service (EIS) do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC/EUA), usado como modelo na implantação do EpiSUS no Brasil.

Em 2017, o programa recebeu o certificado internacional de acreditação da TEPHINET. É um reconhecimento de que o EpiSUS possui um padrão internacional de qualidade entre os Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo FETPs. Essa conquista é facilmente validade na vida real, já que no EpiSUS, entre criadores e egressos, há epidemiologistas de campo que se tornaram grandes lideranças e referências nacionais e internacionais.
Aprender na prática
Anualmente, é realizada a seleção de novas turmas – em três etapas, por nove meses – sendo que o programa tem duração de dois anos e ocorre em período integral, em Brasília, e prepara os profissionais para atender qualquer situação de interesse em saúde pública em apoio aos estados e municípios do país.

A partir de então, os profissionais em treinamento são alocados em áreas técnicas da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e, às vezes, até em outras instituições, como na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), onde são realizadas ações de vigilância em saúde como coleta, análise e divulgação de informações para subsidiar a tomada de decisão em saúde pública.

Durante o treinamento, o profissional realiza diversos trabalhos de campo, como avaliação ou implantação de um sistema de vigilância; elabora boletins e informes com análises de dados de vigilância; participa de cursos e eventos técnico-científicos, nacionais e internacionais; realiza estudos epidemiológicos para responder a emergências e situações de interesse em saúde pública, como surtos, desastres ambientais, eventos de massa, entre outras; realiza pesquisa aplicada aos serviços; e publica artigos científicos.

 

Fonte: Vanessa Aquino, da Agência Saúde, com informações do NUCOM/SVS. Imagem: Freepik

 

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