O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou o documento Estratégias de reabertura das escolas durante a COVID-19 em que apresenta propostas de medidas de prevenção para os locais do continente que estão adotando o retorno às aulas presenciais durante a pandemia da COVID-19. O documento possui as verões em português, espanhol, inglês e francês.
De acordo com a instituição, são quatro os principais desafios no continente, atual epicentro da pandemia no planeta:
- Garantir o distanciamento social;
- Manter as escolas limpas e desinfetadas;
- Garantir que alunos(as) e professores(as) cheguem na escola saudáveis e permaneçam saudáveis; e
- Fornecer acesso fácil às pias para higienização das mãos.
O BID sugere a reabertura escalonada de escolas, a flexibilização dos horários de aulas, a redução do número de horas letivas presenciais, a retomada presencial pelas séries iniciais, sob a argumentação de que crianças nesta faixa etária precisam de maior ajuda dos professores. No caso específico do Brasil, é preciso lembrar que grande parte das crianças pequenas convivem com seus avós quando os pais precisam se ausentar do lar para trabalhar.
De acordo com as sugestões do BID, é preciso respeitar uma distância mínima entre as cadeiras, de 1 metro a 1,5 m. Estudos da instituição apontam que a América Latina apresenta média de espaço por aluno de 1,62 metros quadrados, aquém dos 2,25 metros quadrados de garantia mínima de distanciamento social.
O material apresenta ainda sugestões sobre como evitar aglomerações em áreas de uso comum como corredores, banheiros e locais de alimentação.
Fiocruz mensura os riscos
Em 22 de julho, o Laboratório de Informação em Saúde e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz) divulgou o estudo Populações em risco e a volta as aulas: Fim do isolamento social indicando que 9,3 milhões de adultos classificados como fazendo parte dos grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas, residem em domicílios nos quais também moram crianças em idade escolar. Destes, ao menos 4 milhões de pessoas têm diabetes e doenças cardíacas e/ou pulmonares.
“Em um cenário otimista, se 10% da população de adultos com fatores de risco e idosos que vivem com crianças em idade escolar necessitarem de cuidados intensivos, cerca de 900 mil pessoas poderão necessitar de UTI. Se tomarmos como referência a taxa de letalidade observada no país, isso pode representar 35 mil óbitos somente nesta população”, revela o documento.
Já a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou o Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da COVID-19, que reúne normas e diretrizes para retomada das aulas em segurança.
Antes do retorno, a ataualização da caderneta de vacinação
A possibilidade de retorno das crianças às escolas, principalmente as da primeira infância, precisa ser acompanhada previamente pela atualização das cadernetas de vacinação. Com a pandemia da COVID-19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) observou queda das coberturas vacinais, o que poderia ocasionar novos surtos de sarampo, por exemplo.
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Jornalista: Paulo Schueler. Imagem: Freepik