opas assistencia ingigenasO Ministério da Saúde apresentou, na sexta-feira (24/07), as ações de enfrentamento à COVID-19 entre indígenas brasileiros. Foram apresentadas as iniciativas tanto da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) quanto das outras secretarias que fazem parte do Ministério da Saúde, mostrando que a assistência aos povos indígenas é transversal, abrangendo também as responsabilidades de estados e municípios.

As estratégias incluem reforço médico em todos os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), o investimento de R$ 1,1 milhão em pesquisas com foco no enfrentamento da COVID-19 na população indígena e a distribuição de medicamentos e insumos médicos.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, falou sobre a missão conjunta de salvar vidas durante a pandemia. “A conduta precoce é a melhor ação. A solução definitiva virá somente com a vacina, mas, no momento em que qualquer cidadão brasileiro apresentar sintomas, deve procurar uma Unidade Básica de Saúde, uma Unidade de Pronto Atendimento, um hospital ou emergência e se apresentar à triagem para receber atendimento médico. O médico fará o diagnóstico clínico e iniciará uma conduta precoce para que esse paciente rapidamente vença à COVID”, explicou Pazuello.

A assistência aos povos indígenas abrange também a capacitação de Agentes de Saúde Indígenas em tempos de pandemia da COVID-19 e a disponibilização de 19 vacinas aos estados e DSEI, abrangendo todas as fases da vida: crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. A Operação Gota realiza a multivacinação em populações que vivem em áreas de difícil acesso. O Ministério da Saúde também acompanha os indígenas beneficiários do programa Bolsa Família, por meio da Atenção Primária. Hoje são acompanhados 233.187 indígenas.

Ações e dados

O secretário especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, apresentou a atuação da SESAI no combate à COVID-19 em todo território nacional. Ele explicou que a SESAI vem trabalhando desde o começo do ano com os Planos de Contingência, que vão sendo ajustados às necessidades de cada DSEI. Além disso, apresentou os dados mais recentes da doença em território indígena: 13.096 casos de COVID-19 entre os indígenas aldeados, com 247 mortes e 8.375 curas clínicas.

Sobre o comportamento da doença entre os indígenas, o secretário explicou que houve um avanço rápido da doença na região Norte, que agora migrou para o Centro-Oeste, acompanhando a tendência do restante da população brasileira. A taxa de letalidade está em torno de 2%, com variação mês e mês, e as pessoas que mais se contaminam estão na faixa economicamente ativa.

Dentre as iniciativas para qualificar a assistência à população indígena está a Criação das Unidades de Atenção Primária Indígena (UAPI). “Apesar de já termos os postos de saúde, estamos interiorizando a conduta precoce, inclusive com insumos que não são propriamente da atenção básica”, frisa o secretário Robson Santos. Também foram criadas alas exclusivas indígenas em alguns hospitais e realizadas diversas missões em conjunto com o Ministério da Defesa. Até o momento, além da execução normal das atividades da SESAI em projetos de atenção básica à saúde dos povos indígenas e envio de equipamentos de proteção individual, insumos e testes, já foram empregados aproximadamente R$ 70 milhões em ações de enfrentamento da COVDI-19.

Atuação nas aldeias

O Subsistema de Saúde Indígena tem como base os DSEI, cujas delimitações geográficas contemplam aspectos demográficos e etnoculturais, estando sob responsabilidade do gestor federal. A estrutura do DSEI é composta pelos Postos de Saúde situados dentro das aldeias indígenas. Essas unidades devem contar com uma rede interiorizada de serviços de atenção primária à saúde organizada de forma hierarquizada e articulada com a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir a assistência de média e alta complexidade. O SUS serve de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

A secretaria atende, atualmente, 755.898 indígenas em 5.852 aldeias indígenas. São 305 povos indígenas, que falam 274 línguas, divididos em 34 DSEIs. A estrutura conta com 367 Polos Bases, 67 Casas de Saúde Indígena (CASAI) e 1.199 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI). São 14.200 profissionais integrando 800 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, em um território de 950.122 km² de área de abrangência dos DSEI.

 

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Fonte: Tinna Oliveira da Agência Saúde. Imagem: Julia Sok, Freepik

 

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