Hemocentros de várias partes do país lançaram alertas para a necessidade de manutenção das doações de sangue durante a pandemia de Covid-19, que trouxe a necessária atitude de isolamento social.
A doação é segura e a Hemorrede brasileira já está atuando sob critérios sanitários que levam em conta a necessidade de prevenção ao novo coronavírus. A ANVISA e o Ministério da Saúde (MS) atualizaram os critérios técnicos contidos na Nota Técnica 13/2020 editada pela Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério.
Além das restrições já preexistentes, o documento informa que pessoas não podem doar sangue diante da realidade atual de circulação do novo coronavírus. São as que:
- “Tenham se deslocado ou que sejam procedentes de países com casos autóctones confirmados de infecções pelo SARSCoV2 deverão ser considerados inaptos por 14 dias após o retorno destes países. Para este critério, considerar as informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde”;
- “Foram infectados pelos vírus SARSCoV2 após diagnóstico clínico e/ou laboratorial deverão ser considerados inaptos por um período de 30 dias após a completa recuperação (assintomáticos e sem sequelas que contraindiquem a doação)”;
- “Tiveram contato, nos últimos 30 dias, com pessoas que apresentaram diagnóstico clínico e/ou laboratorial de infecções pelo vírus SARSCoV2 deverão ser considerados inaptos pelo período de 14 dias após o último contato com essas pessoas; Candidatos à doação de sangue que permaneceram em isolamento voluntário ou indicado por equipe médica devido a sintomas de possível infecção pelo SARSCoV2 deverão ser considerados inaptos pelo período que durar o isolamento (no mínimo 14 dias) se estiverem assintomáticos”.
A Nota Técnica é calara em afirmar que “não existe evidência, até o presente, de transmissão transfusional dos coronavírus”. Portanto, as novas orientações da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde “são medidas de precaução”.
Monitoramento dos estoques
O Ministério da Saúde monitora diariamente os estoques de sangues nos hemocentros dos estados. Segundo a pasta, “cada unidade da federação tem informado continuamente a quantidade de bolsas de sangue existentes na rede”.
De acordo com o Ministério, nenhum estado chego ao ponto de relatar falta de sangue, embora os estoques estejam reduzidos. “O Estado de Santa Catarina, por exemplo, tem dependido de ajudas de outras unidades da federação para tratamento de casos de febre amarela em humanos”, relata comunicado do MS.
Segurança aos doadores
Os cerca de 32 hemocentros e 500 serviços de hemoterapia - onde também são feitas coletas e uso do sangue – do país estão preparados e treinados para realizar o serviço de coleta de sangue com segurança aos doadores.
Medidas como lavagem de mãos, uso de antissépticos e acolhimento que minimizem a exposição a aglomerado de pessoas, além de cuidados com a higienização das áreas, instrumentos e superfícies também têm sido intensificados pelos hemocentros.
Além disso, alguns estão adotando medidas para faciliatr a doação, como coleta em domicílio; e em localidades como Rio de Janeiro e São Paulo a Uber está realizando viagem gratuita aos doadores. Por fim, ainda no mês de março o Ministério da Saúde e o facebook haviam consolidado parceria para identificação de possíveis doadores na rede social.
“Estamos incentivando o doador de sangue a sair de casa para realizar esse ato heroico, porque as cidades e transportes estão mais vazios, tornando o acesso aos pontos de coleta de sangue mais seguro e confortável. A população brasileira é reconhecida por sua postura solidária e certamente dará mais este bom exemplo ao mundo”, ressaltou o coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Rodolfo Duarte Firmino.
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Jornalista: Paulo Schueler