Segundo o último Boletim Epidemiológico (fevereiro) do Ministério da Saúde, houve um número alarmante de casos de dengue, zika e chikungunya nas primeiras sete semanas de 2020, período de verão, com altas temperaturas e incidência de chuvas em todo o país. Só de dengue, foram notificados mais de 180 mil casos, enquanto que chikungunya foram quase 6 mil e zika quase 580. O Ministério da Saúde alertou que a endemia de dengue é mais preocupante que a de coronavírus, por exemplo, e que a população deve continuar combatendo o mosquito transmissor, evitando a proliferação do Aedes aegypti.

 

Com relação a dengue, entre as semanas epidemiológicas 1 e 6 de 2020 (de 29 de dezembro de 2019 a 9 de fevereiro de 2020), 645 amostras foram positivas para detecção da dengue pelo método de biologia molecular (PCR). Até o momento, o sorotipo predominante no país é o DENV-2 com 517 (80,2%) amostras detectadas. O DENV-2 foi o sorotipo mais predominante nas regiões Sul (78,9%), Centro-Oeste (100%) e Sudeste (100%). Já o sorotipo DENV-1 foi predominante nas regiões Nordeste (80%) e Norte (66,7%). No entanto, existem diferenças da predominância dos sorotipos entre as Unidades federadas, com destaque para o estado de Roraima onde foi possível detectar dois sorotipos (DENV 1 e 2), e o estado do Paraná que apresentou detecção viral de três sorotipos (DENV 1, 2 e 4).

 

Até o dia 16 de fevereiro, foram confirmados 111 casos de dengue grave (DG) e 1.371 casos de dengue com sinais de alarme (DSA), que são pacientes com sintomas preocupantes. Ressalta-se que 264 casos de DG e DSA permanecem em investigação. Até o momento, foram confirmados 32 óbitos por dengue, sendo 26 por critério laboratorial (9 no Paraná, 7 em São Paulo, 7 no Mato Grosso do Sul, 2 no Distrito Federal e 1 no Acre,) e seis por clínico-epidemiológico (5 no Paraná e 1 no Acre). Permanecem em investigação 115 óbitos. A faixa etária acima de 60 anos concentra 62,5% dos óbitos confirmados (20 óbitos) por dengue. Em relação à chikungunya, foram confirmados dois óbitos por critério laboratorial, um no estado do Rio de Janeiro (faixa etária: menor de 1 ano) e um no Mato Grosso (faixa etária: 20 a 29 anos).

 

Para ver o Boletim Epidemiológico completo acesse o site do Ministério da Saúde.

 

Sobre os sorotipos da dengue

É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.

 

Todos os quatro sorotipos de dengue (1, 2, 3 e 4) podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves, incluindo fatais. Deve-se levar em consideração três aspectos:

 

1. Todos os quatro sorotipos podem levar à dengue grave na primeira infecção, porém com maior frequência após a segunda ou terceira;

2. Existe uma proporção de casos que têm a infecção subclínica, ou seja, são expostos à picada infectante do mosquito Aedes aegypti mas não apresentam a doença clinicamente, embora fiquem imunes ao sorotipo com o qual se infectaram; isso ocorre com 20 a 50% das pessoas infectadas;

3. A segunda infecção por qualquer sorotipo da dengue é predominantemente mais grave que a primeira, independentemente dos sorotipos e de sua sequência. No entanto, os sorotipos 2 e 3 são considerados mais virulentos.

 

É importante lembrar que muitas vezes a pessoa não sabe se já teve dengue por duas razões: uma é que pode ter tido a infecção subclínica (sem sinais e sem sintomas), e outra é pelo fato da facilidade com que a dengue, principalmente nas formas brandas, pode confundir-se com outras viroses febris agudas.

 

Jornalista: Gabriella Ponte (com informações da Biblioteca Virtual em Saúde)

 

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