O Auditório Internacional da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) recebe a partir de 9h de 11 de dezembro o lançamento do livro Poliomielite no Brasil: do reconhecimento da doença ao fim da transmissão, fruto de uma parceria de Bio-Manguinhos com a Editora Fiocruz.

O evento contará com as presenças do organizador da obra, o especialista em vigilância epidemiológica e ex-secretário Nacional de Ações Básicas de Saúde do Ministério da Saúde João Baptista Risi Junior; além de Akira Homma, Eliseu Alves Waldman e Aristel Gomes Bordini Fagundes.

São autores do livro, além do próprio organizador, o assessor científico sênior de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Akira Homma – um dos 20 personagens mais importantes do mundo na área de vacinas – e outros renomados especialistas na temática: Aristel Gomes Bordini Fagundes, Cristiana Maria Toscano, Dilene Raimundo do Nascimento, Eliseu Alves Waldman, Maria Cristina Pedreira e Reinaldo de Menezes Martins (in memoriam).

Prestes a ser erradicada globalmente – o que pode se configurar na maior conquista de saúde pública desde o fim da varíola – a poliomielite é conhecida no Brasil desde o início do século XX, mas "foi na década de 1950, especialmente pela eclosão de epidemias no Rio de Janeiro e em São Paulo, que a pólio passou a ser vista como importante problema de saúde pública. Entre outros eventos importantes, a esse quadro estão associados a criação, nessa década, da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) e o desenvolvimento em bases mais amplas de profissões como a ortopedia e a fisioterapia", como afirma a presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, no prefácio da obra.

Contudo, ações realmente efetivas para controlar a poliomielite no Brasil surgiram apenas na década de 80, com a introdução da estratégia de “dias nacionais de vacinação”, cujos resultados estimularam uma iniciativa de erradicação nas Américas. Segundo Carla Domingues, ex-coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, a mobilização de esforços nessa direção ”encorajou a iniciativa de erradicação mundial da doença e deixou importante legado para a saúde pública brasileira, em diversos campos do conhecimento".

A meta global está próxima de ser alcançada, nas palavras do organizador do livro João Baptista Risi Junior. “A estratégia estabelecida pela OMS para a fase final possibilitou importantes resultados, como a certificação da erradicação do poliovírus selvagem do sorotipo 2, em 2015, e a ausência em todo o globo, desde 2013, de registros de casos de poliomielite causada pelo poliovírus selvagem de tipo3. Atualmente, há apenas três países endêmicos, e em 2018 foram registrados somente 33 casos associados a poliovírus selvagens ”, ressalta ele na apresentação da obra.

A obra

Dividido em 9 capítulos, Poliomielite no Brasil: do reconhecimento da doença ao fim da transmissão aborda a evolução dos componentes estratégicos de combate à doença desde o registro dos primeiros casos, destacando os processos de contínua aprendizagem nos campos político-institucional, tecnocientífico e social que contribuíram para elevar os padrões de controle das doenças evitáveis por imunização no Brasil.

O livro aborda ainda o engajamento institucional de Bio-Manguinhos – a unidade da Fiocruz responsável por pesquisa, inovação e pela produção de vacinas e biofármacos que atendem às demandas da saúde pública no Brasil – dentre elas, as vacinas poliomielite oral 1,3 e poliomielite inativada 1,2,3. “A experiência prévia de Bio-Manguinhos/Fiocruz em processos de incorporação tecnológica contribuiu para a formulação de um conceito que se tornaria uma política de Estado: a do completo econômico-industrial de saúde", ressalta a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

 

Jornalista: Paulo Schueler

 

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