Bio-Manguinhos participou da Feira de Soluções para a Saúde – Zika e Seminário Internacional da Unicef: Zika e Infância, que ocorreram de 8 a 10/8, em Salvador. O evento, cujo objetivo era unir pessoas que estão enfrentando as arboviroses no Brasil inteiro, foi organizado pela Fiocruz Brasília.

O Instituto esteve presente na mesa sobre o desenvolvimento de vacinas, apresentando o acordo de colaboração com o Instituto Evandro Chagas (IEC) para o desenvolvimento de uma vacina atenuada contra o vírus zika (ZPIV). Na mesa kits de diagnósticos, Bio apresentou o Kit ZDC, que utiliza a plataforma tecnológica de PCR para a identificação simultânea de zika, dengue e chikungunya. O registro desse produto foi obtido em dezembro de 2016. Bognar Lopes, da Responsabilidade Socioambiental (Somar), apresentou o “Plano de Controle do Aedes aegypti em Manguinhos”.

O vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico, Marcos Freire, apresentou a importância das vacinas na eliminação de doenças no mundo e o ciclo do desenvolvimento desses imunobiológicos, desde a pesquisa básica até a implementação e a avaliação. Além disso, ele explicou toda a cadeia produtiva, que vai da descoberta do antígeno até o pós-mercado, como a farmacovigilância. Após essa introdução, o vice-diretor mostrou as vacinas de zika que estão em desenvolvimento no mundo, algumas ainda em fase I, e detalhou qual é o perfil do produto TPP que o produto deve ter de acordo com a OMS.

O diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Pedro Vasconcelos, apresentou o panorama das investigações para produção de vacina contra zika, utilizando vírus atenuado para uso em dose única. Em parceria com a University of Texas Medical Branch, os pesquisadores têm conseguido bons avanços, de acordo com testes já realizados em camundongos e macacos. Os testes nos primatas não humanos já foram realizados pela Fiocruz, e segundo vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos, Marcos da Silva Freire, uma proposta para ensaios clínicos desta vacina está em elaboração. Após a aprovação, serão recrutados 60 voluntários adultos, e a execução desta fase está prevista para o primeiro semestre de 2019. Sendo otimistas e realistas, os especialistas consideram que são necessários pelo menos de seis a oito anos de pesquisa até que se tenha uma vacina efetiva contra a doença.

 

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Marcos Freire falou sobre o desenvolvimento da vacina atenuada contra o
vírus zika (ZPIV). Imagem: Divulgação

 

Isso porque mesmo após finalizados todos os testes laboratoriais e com cobaias, observando os modelos animais para a doença para se compreender o mecanismo de ação da vacina, os estudos clínicos que vão verificar a resposta imune à vacina, sua segurança e eficácia, bem como identificar um esquema primário de vacinação, há no país uma forte regulação ao longo de todo o processo que se faz necessária, antes de chegar ao mercado. 

Patrícia fez uma apresentação sobre diagnóstico molecular ZDC, que foi um produto desenvolvido em tempo recorde (menos de um ano). “Obtivemos o registro após extensas análises, incluindo análise prévia com centenas de amostras do INCQS”, contou. Patrícia mostrou um resumo das ações de Bio-Manguinhos, no segmento de diagnóstico sorológico e molecular para zika, dengue e chikungunya, além das perspectivas e desafios para curto/médio prazos.

 

Plano com bons resultados

Bio-Manguinhos participa da Rede de Controle do Aedes Aegypti nos campi da Fiocruz, trabalhando com a Cooperação Social da Fiocruz e integrando à rede criada entre as diversas unidades para elaboração de estratégias de enfrentamentos às epidemias ou surtos de dengue, zika e/ou chikungunya.

O plano de Controle do Aedes Aegypti começou a ser executado em janeiro de 2016 e busca identificar, exterminar e manter as áreas livres do mosquito. O Instituto está sempre sensibilizando os colaboradores a identificação possíveis focos e capacitando voluntários a fomentar agentes e multiplicadores em suas comunidades. “O grupo de síndicos e representantes das áreas que preenchem o checklist soma 30 pessoas e eles contam com um monitoramento digital desenvolvido pela Divisão de Tecnologia da Informação (Ditin), que é preenchido semanalmente. Este grupo, mais o pessoal da limpeza e jardinagem (que somam 80 pessoas), foram treinados capacitados, através de palestras do Nosmove”, informou Bognar.

 

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Bognar apresentou a forma como Bio controla a propagação dos mosquitos
Aedes aegypti. Imagem: Divulvação

 

Há um ano, foi elaborado o checklist online. “É um sistema que dinamiza o preenchimento do formulário, onde os representantes de área sinalizam se existe a não conformidade em suas áreas. Após o preenchimento, o sistema automaticamente avisa ao síndico a necessidade de abertura de SOS e/ou Engeman para resolução do problema encontrado. Até agora, 32 serviços foram solucionados”, detalhou Bognar. Ele comenta que, entre as notificações mais comuns, estão: ralos obstruídos e sem tela de proteção, telhados e calhas com acúmulo de detritos e resíduos de obras.

Além do checklist, outra ação é a busca ativa, que assim como a compilação dos resultados do formulário, são meios de verificação para incidência e outras métricas de avaliação. “Contamos com a parceria do Nosmove nas buscas ativas a criadouros em todo o campus de Bio. Além disso, a participação do Departamento de Recursos Humanos (Dereh), Assessoria de Engenharia de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente (Aestm), Sepat e Comissão Interna de Prevenção à Acidentes (Cipa) é essencial. A união dos esforços é extremamente importante para que o plano de combate tenha êxito”, reconheceu Bognar.

De fevereiro a julho de 2017, foram encontrados em Bio diversos locais com presença de larvas ou com potencial para se tornarem criadouros do mosquito. “Contando somente larvas do Aedes aegypti, foram recolhidas 110 até agora. Esse plano não inclui apenas a busca por larvas e criadouros, mas o Nosmove também possui armadilhas para captura de mosquitos adultos. As seguintes espécies foram capturadas: 108 Aedes albopictus, 35 Aedes Scapularis e 24 Culex (pernilongo)”, especificou.

 

Jornalista: Gabriella Ponte

 

 

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