anticorpos-100x100Entender melhor como funciona o sistema imunológico dos seres vivos sempre foi uma grande missão para os cientistas. Para apresentar os principais conceitos sobre o papel dos anticorpos e seu valor na proteção contra doenças, foi promovido mais um Encontro do Conhecimento, na linha Conexão Tecnológica, pela Gestão do Conhecimento (GC).

O evento ocorreu no último dia 27, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). O palestrante convidado foi Brandon DeKosky, pós-doutor pelo U.S. National Institute of Allergy and Infectious Diseases e professor assistente de Engenharia Química e Química Farmacêutica afiliado à University of Kansas e ao Kansas Vaccine Institute, nos EUA.

O especialista abordou a origem do sequenciamento do repertório imunológico de alta produtividade e a determinação da sequência de pares nativos das regiões variáveis de anticorpos, além de estudos adicionais na área do vírus Zika e das respostas à vacina contra o HIV. Ele e um grupo de pesquisadores desenvolveram novas tecnologias para o sequenciamento completo de repertórios de regiões variáveis de anticorpos de >5x106 células B por experimento.

“Durante muitos anos, não entendíamos porque algumas pessoas são mais propensas a algumas doenças ou alergias do que outras, quando expostas ao mesmo vírus ou bactéria. Não sabíamos direito como o sistema imunológico funcionava. O que mostrei aqui foi uma nova tecnologia que permite não só analisar em detalhe cada célula B (que produz os anticorpos) de um indivíduo, mas fazendo isto em larga escala, para todo o repertório de células B de um indivíduo, de modo a entender o sistema imune como um todo”, explicou DeKosky.

 

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O pesquisador Brandon DeKosky participou do Encontro do Conhecimento.
Imagem: Fábio Meirelles - Ascom / Bio-Manguinhos

 

O laboratório de DeKosky na Universidade do Kansas agora utiliza tecnologias de alta produtividade para entender as características críticas da proteção imunológica adaptativa e desenvolver novas estratégias para combater as doenças humanas. “Pesquisamos o sistema imune de um grupo de pessoas e, com essa tecnologia, vimos como as pessoas reagem ao vírus do HIV e da zika. Umas respondem bem, outras não. E, analisando uma pessoa de cada vez, uma célula de cada vez, pudemos entender melhor porque uma pessoa está protegida e outras não”.

Ele foi o primeiro pesquisador que aplicou a tecnologia para o sequenciamento de alto rendimento de pares nativos de regiões variáveis de anticorpos completos de células B únicas, ajudando a resolver um grande problema de 20 anos na imunologia e biotecnologia. “Os anticorpos que sequenciamos e seus mecanismos foram estudados a fundo e servem para desenvolver novas vacinas. Usando essa tecnologia, podemos ver um panorama completo e tanto detalhe que acaba se tornando mais fácil e rápido descobrir como fazer esses novos medicamentos e até melhorar alguns já existentes”, afirmou.

Após a palestra, o pesquisador e a professora Leda dos Reis Castilho, professora do Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ e coordenadora do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC), visitaram Bio-Manguinhos. Eles conheceram as instalações e equipamentos do Centro Henrique Penna (CHP). O centro reúne áreas para a produção de ingredientes farmacêuticos ativos para biofármacos, uma planta piloto para produtos biológicos– a primeira da América Latina, e um laboratório dedicado à produção de reagentes e kits para diagnóstico in vitro. Tudo isso foi explicado por Rodrigo Ventura, gerente do Projeto Eritropoetina, que orientou a visita.

 

Jornalista: Gabriella Ponte 

 

 

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