O novo recorde de 111 municípios que realizaram no final do mês de julho o segundo Levantamento Rápido de Índice de Infestação para Aedes aegypti (LIRAa) mostra que o Ceará melhorou os resultados em relação ao primeiro levantamento, feito por 82 municípios, em abril. O número de municípios com alta infestação diminuiu de 26 (33,77%) para 21 (18,92%), com média infestação passou de 33 (42,86%) para 34 (30,63%) e com índice de infestação predial (IPP) satisfatório aumentou de 23 (29,87%) para 56 (50,45%). O Relatório Técnico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado mostra ainda que 52,71% dos criadouros são depósitos de água localizados ao nível do solo (cisterna, tambor, tanque), seguidos pelos depósitos elevados, como a caixa d´água (19,20%).

O LIRAa é o método amostral, desenvolvido e adotado a partir de 2003 pelo Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, cujos resultados permitem aos gestores direcionarem com mais precisão as medidas de prevenção e combate do mosquito e o controle das doenças por ele transmitidas – dengue, chikungunya e zika. Com mais informações coletadas, é possível identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. Os municípios com mais de 2 mil imóveis em sua zona urbana podem realizar o LIRAa. No Ceará, 162 (88%) dos 184 municípios se enquadram nos critérios para realização do LIRAa.

 

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Durante o levantamento, todos os depósitos que contenham água no momento da visita domiciliar são examinados de forma cuidadosa, pois se constituem criadouros potenciais para os mosquitos do gênero Aedes. A faixa de risco dos municípios para a ocorrência de doenças é dada pelo Índice de Infestação Predial (IIP), relação entre o número de imóveis com infestação do mosquito e o total de imóveis pesquisados. O índice é satisfatório quando fica abaixo de 1%, mostra situação de alerta quando está no intervalo entre 1% e 3,9% e indica risco de surto quando é igual ou superior a 4%.

 

Prevenção

Em períodos de seca, como o atual, alternativas de suprimento doméstico de água pelas famílias devem ser acompanhadas dos cuidados para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. O perfil dos principais focos do mosquito transmissor no Nordeste tem relação direta com irregularidade das chuvas na região, que leva as famílias a adotar medidas de prevenção à falta d'água para diminuir as dificuldades nos períodos de estiagem. A associação do vírus em circulação com a presença do Aedes aegypti e água limpa armazenada dentro de casa fornece as condições ideais para a proliferação do mosquito e a disseminação das doenças que ele transmite. Por essa razão as famílias devem se cercar de cuidados ao armazenar água e, assim, ajudar a combater o mosquito.

 

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Baldes, potes, quartinhas, bacias, camburões e outros recipientes que guardam a água de beber e para outros usos domésticos, assim como a caixa d'água, devem ser mantidos limpos e vedados para evitar o risco de proliferação do Aedes aegypti, que deposita os ovos em criadouros com água limpa e parada. Para impedir a desova, é fundamental eliminar todos os potenciais focos do mosquito transmissor. Se isso não for possível, é necessário que todos os locais de armazenamento de água sejam mantidos bem fechados e protegidos com telas e tampas adequadas. É importante ressaltar que o tratamento da água não substitui a necessidade de remoção e proteção dos potenciais criadouros do Aeds aegypti.

Além desses cuidados, é preciso evitar que água de chuva se acumule sobre a laje e calhas, guardar garrafas sempre de cabeça para baixo, encher até a borda os pratinhos dos vasos de planta e eliminar adequadamente o lixo que possa acumular água, como pneus velhos, latas, recipientes plásticos, tampas de garrafas e copos descartáveis.

Este ano o Ceará tem 23.351 casos confirmados de dengue, com 17 óbitos, 16.113 casos confirmados de chikungunya, com seis óbitos, e 1.545 casos de zika, 95 deles em gestantes. Dos 83 casos de microcefalia confirmados no ano, em nove houve identificação do vírus zika. Dos 21 óbitos confirmados sugestivos de infecção congênita, em dez houve identificação do vírus zika em tecido fetal.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá / Helga Rackel 

 

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