A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)  está empenhada no combate ao mosquito Aedes aegypti não só em suas instalações, como também na comunidade de Manguinhos. Para isso, foi organizado o primeiro mutirão, que foi feito na comunidade Parque Carlos Chagas (Varginha), em dia 6/1. O Centro de Saúde Germano Sinval Faria, que é o responsável pelo Programa de Saúde da Família (PSF) nessa localidade, enviou os agentes comunitários de saúde e os agentes de vigilância em saúde para ajudar na ação.

O setor de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou uma tenda onde foi montada a base do mutirão. Também participaram os agentes da Clínica da Família Victor Valla, que juntamente com o Centro de Saúde cobriram todo o território de Manguinhos no que diz respeito ao PSF. “O mutirão consistia em um trabalho de localização e eliminação de focos ou possíveis focos, além do trabalho de conscientização com os moradores com folders educativos. Todo o território da comunidade foi ‘varrido’, contando casas e ruas. Haverá esse trabalho em todas as 15 comunidades do Complexo de Manguinhos”, contou a coordenadora do Somar, Gisele Andrade.

No dia 3/2, foram mobilizadas mais de 60 pessoas para o segundo mutirão. Organizados em 12 grupos e atuando por quarteirões, os participantes conseguiram fazer a varredura de toda a área da comunidade Nelson Mandela atendida pela equipe do PSF do Aconchego. “Merece destaque a instalação de uma tenda com microscópios e maquetes; a performance com a fantasia do Aedes; e a cartela impressa para as famílias verificarem semanalmente nas suas residências os possíveis criadouros de mosquitos”, explicou José Leonídio Madureira, coordenador da Cooperação Social da Fiocruz. Ele adianta que os resultados serão discutidos na próxima reunião, dia 25/2, e contribuirão para a construção participativa do plano estratégico e estruturante de controle do Aedes aegypti em Manguinhos.

 

aedes-430x285

No dia 3/2, foram mobilizadas mais de 60 pessoas para o segundo
mutirão. Imagem: Somar / Bio-Manguinhos



Os participantes do grupo que está articulando essas ações no território são: Comlurb; Conselho Gestor Intersetorial do Teias e do Conselho Comunitário de Manguinhos; Agência Comunicação Comunitária Manguinhos, Redeccap e do Grupo de Articulação Povos da Bacia do Canal do Cunha; Associações de Moradores. Dentro da Fiocruz: Bio-Manguinhos (Somar); Casa de Oswaldo Cruz (Museu da Vida); Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca; Diretoria de Administração do Campus (DGA); Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EJA Manguinhos); Instituto Oswaldo Cruz (Cooperação Social, Liteb e LTH/Nosmove); e Presidência Fiocruz (Cooperação Social e Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde).

O que foi encontrado

Em uma reunião realizada na ENSP, no dia 16/12, foram iniciadas as discussões da Fiocruz com os moradores de Manguinhos sobre como seria promovida a série de mutirões pela comunidade, começando na primeira semana de janeiro. "Mesmo com pouco tempo para organizarmos a mobilização, conseguimos fazer. O que percebi durante esse processo é que os moradores já têm consciência do risco das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Eles sabem como evitá-lo e, por isso, não achamos nada em suas casas. Nós encontramos focos dos mosquitos nas ruas, lugares onde têm muito lixo acumulado com água de chuva", descreveu Maria de Lourdes Sousa Maia, coordenadora da Assessoria Clínica de Bio e colaboradora ativa nos projetos do Somar com a comunidade.

Segundo Lurdinha, o poder público tem a resposabilidade de ter ações estruturantes para o combate ao mosquito envolvendo diversas áreas. "Para mim, o lixo é o principal fator encontrado. Se a população coloca o lixo nas ruas e não tem quem recolha esse lixo, fica muito difícil acabar com o mosquito. É uma questão cultural que precisa mudar", afirmou.

A ideia é que essas ações não sejam só agora, em momento de crise, mas que ocorram de forma permanente. "A Fiocruz precisa colocar o seu conhecimento a favor dessa população que necessita de melhores condições de vida, sendo também o indutor neste processo. É uma luta contra um mosquito em que temos que vencer", conclui Lurdinha.


Jornalista: Gabriella Ponte

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.