A quinta edição da Oficina Técnica Nacional NAT Brasileiro reuniu especialistas, colaboradores de Bio e representantes dos 14 hemocentros do Brasil, nos dias 5 e 6 de outubro, em um hotel no Rio de Janeiro. Quase um ano após a incorporação do último alvo no NAT – o vírus da hepatite B (HBV) – o encontro foi válido para, além de fortalecer a hemorrede, trocar experiências e relatos sobre o aprimoramento do teste. Logo na abertura, o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto, reforçou essa tese. “A Oficina NAT é uma oportunidade que temos de ouvir os hemocentros e, nesta edição, especificamente, queremos saber das experiências de vocês na inclusão do HBV”, afirmou.

Diante das mudanças no Ministério da Saúde, Artur tranquilizou os participantes, afirmando que o serviço NAT já é uma política de Estado, não mais de governos. “Continuaremos trabalhando para a continuidade do serviço e o controle do sangue no Brasil. Não faltarão esforços pra isso, nosso e do ministério”. A responsável pela Assessoria Técnica em Hemoterapia da Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados, Bárbara Simões, destacou a importância do encontro. “É uma oportunidade de discutirmos o desenvolvimento e consolidação do NAT. Um momento importante que Bio-Manguinhos proporciona, de trocarmos experiências e relatos com os sítios testadores”, disse.

 

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A quinta edição da oficina reuniu hemocentros, Ministério da Saúde e Bio. Imagem: Rodrigo Pereira/Ascom - Bio-Manguinhos.

Além das trocas de experiências, a oficina permite atualização e acesso a novas informações. Na primeira apresentação, logo após a abertura, Marcelo Addas, doutor em clínica médica e consultor do Ministério da Saúde, abordou a gestão de risco como ferramenta de melhoria de processos. Para ele, o gerenciamento de riscos é uma atividade que precisa ser contínua, sendo um processo cíclico com as seguintes etapas: identificar, analisar, avaliar, tratar, monitorar, analisar criticamente. Addas trouxe também a nova versão da norma ISO 9001, publicada em agosto, e as mudanças nos princípios da gestão da qualidade. “A nova norma dá maior ênfase à avaliação dos riscos e maior envolvimento da alta direção, além de solicitar que as organizações levem em consideração o feedback de todas as partes interessadas, e não apenas dos seus clientes”. Cinco são os pilares da gestão de risco: Cultura; Prevenção e proatividade; Planejamento; Comunicação; e Treinamento.

A decisão por incluir a malária como quarto alvo do Kit NAT teve embasamento na apresentação do pesquisador da Fundação de Medicina Tropical, Wuelton Monteiro, que palestrou sobre a “Malária no Brasil e no mundo e o risco da transmissão transfusional”. Para o pesquisador, o risco da malária urbana – característica das periferias dos grandes centros – atinge pessoas que têm acesso aos bancos de sangue, o que aumenta o risco de transmissão. Na Amazônia, a malária assintomática, em que os indivíduos não sentem os sintomas da doença, pode alcançar 85% da população. Para agravar o quadro, a malária transfusional tem um alto índice de letalidade. “Há um retardo no diagnóstico da malária transfusional, que é muito mais severa do que a contraída por meio vetorial (mosquitos)”, explicou.

Também houve espaço para os 14 hemocentros apresentarem seus números após a implantação do HBV na hemorrede. Debates, perguntas e dúvidas fizeram parte da programação da oficina, assim como as melhorias que vêm sendo desenvolvidas por Bio-Manguinhos no Kit NAT e os avanços no modelo NAT Flex, apresentados pela gerente do projeto NAT em Bio, Patrícia Alvarez.

No encerramento, o vice-diretor de Produção, Antonio Barbosa, reforçou a importância da realização da oficina. "Essa oficina é prioritária para a Diretoria de Bio-Manguinhos. É muito importante ter o feedback dos hemocentros, saber das suas experiências com esse produto. Isso nos traz insumos para a melhoria da prestação do serviço, o que é benéfico para todos", encerrou.

Confira a galeria de fotos do evento e as apresentações dos palestrantes convidados:

- Marcelo Addas, doutor em clínica médica e consultor do Ministério da Saúde
- Wuelton Monteiro, pesquisador da Fundação de Medicina Tropical 
- João Batista Júnior, especialista em Regulação e Vigilância Sanitária (Gerência Geral de Sangue, outros Tecidos, Células e Órgãos da Anvisa)

 

Jornalista: Rodrigo Pereira

 

 

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