Bio-Manguinhos, em colaboração com a empresa Dicklatex e o Senai-Cetiqt, está participando de projeto para produção de materiais hospitalares têxteis que possam ser usados como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) com atividade antiviral.
O projeto visa contribuir para o reforço da proteção dos profissionais de saúde do Brasil, bem como da população no combate à COVID-19. O material em avaliação faz parte daquilo que pode ser chamado de “tecidos inteligentes”.
Eles não atuam apenas como uma barreira física, impedindo ou minimizando o contato com o vírus; mais que isso, são formulados para ter um mecanismo de atuação rápida e eficaz na inativação viral. Além disso, podem ser reutilizados após a sua higienização por processos de lavagens.
Em Bio, o Laboratório de Tecnologia Virológica (Latev) está testando experimentalmente a ação antiviral do tecido, que é produzido pela Dicklatex. Segundo a chefe do laboratório, Sheila Maria Barbosa de Lima, os estudos foram iniciados usando como modelo outros vírus de transmissão respiratória, como os de sarampo e caxumba, agentes biológicos que podem ser manipulados em laboratório com Nível de Biossegurança 2 (NB-2) e que possuem modo de transmissão semelhantes ao Sars-CoV-2.
A equipe das Pesquisadoras Adriana Azevedo e Waleska Schwarcz esta conduzido os ensaios; e declaram que “nossos resultados preliminares demonstraram que amostras de tecidos formulados pela Dicklatex foram capazes de inativar 99% das partículas virais (sarampo ou caxumba), nos ensaios in vitro.
Os tecidos com maior ação antiviral serão selecionados para a próxima etapa do estudo que irá avaliar a eficiência antiviral dos têxteis contra o Sars-CoV-2 em laboratórios NB-3. Até o momento, os resultados alcançados são promissores e a expectativa é que em curto prazo seja comprovada a ação antiviral também contra o novo coronavírus”, conclui a chefe do Latev.
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