Agora, qualquer pessoa pode acompanhar informações sobre a oferta do tratamento para hepatites virais B e C disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS). O novo painel informativo foi lançado pelo Ministério da Saúde. Nele, a população já pode acessar o quantitativo de medicamentos distribuídos aos estados, além do número atualizado de pessoas em tratamento. A iniciativa faz parte das estratégias do Programa Nacional para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais e confere transparência às ações do Ministério da Saúde.

As informações do painel de Hepatites Virais serão atualizadas trimestralmente e, passarão por constantes aprimoramentos durante o ano de 2020. A ideia é inserir, gradativamente, o maior número de informações possíveis.

As hepatites virais são causadas por vírus que levam à inflamação do fígado e nem sempre apresentam sintomas. Entre as hepatites, o tipo C da doença é a que apresenta maior taxa de detecção e também a mais letal, com 26.167 casos notificados em 2018, segundo Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019. As hepatites B e C podem ser transmitidas por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos perfurocortantes.

A transparência nas informações relacionadas ao tratamento da doença é uma das ações em que o Brasil demonstra seu comprometimento com a Estratégia Global para Eliminação das Hepatites Virais. A meta, liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é eliminar a doença, como problema de saúde pública, até 2030. Em 2016, o Brasil passou a fazer parte da Estratégia Global para a Eliminação das Hepatites Virais.

Conheça o Painel Informativo

A ferramenta é um canal de comunicação com a sociedade civil organizada e com as demais esferas de gestão do Sistema Único de Saúde. Além de manter atualizadas as informações sobre a distribuição dos medicamentos para hepatites virais, confere transparência às ações do Ministério da Saúde. No Painel é possível acompanhar o número de tratamentos no Brasil. Em 2019, por exemplo, 37 mil pessoas estavam em tratamento contra a hepatite B e quase 36 mil foram tratadas para hepatite C.

Para se ter ideia da amplitude da oferta dos tratamentos disponibilizados pelo Governo Federal, no ano passado foram quase 13 milhões de doses de medicamentos usados no tratamento da hepatite B e mais de 12 milhões para hepatite C. Entre eles estão: alfapeginterferona, entecavir, lamivudina, tenofovir, sofosbuvir, daclatasvir, ledipasvir/sofosbuvir, velpatasvir/sofosbuvir, glevaprevir/pibrentasvir, ribavirina, entre outros. 

Estratégias

Em 2017, o Plano Nacional para Eliminação da Hepatite C foi pactuado no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Em 2018, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Hepatite C e Coinfecções (PCDT) foi atualizado e universalizou o tratamento para todas as pessoas com infecção pelo vírus da hepatite C, independentemente da presença de cirrose.

Em 2019, foi efetivada a oferta universal dos tratamentos para hepatite C a partir do sucesso da reestruturação do modelo de aquisição de medicamentos. Em 2020, em parceria com o as demais esferas de gestão do SUS, o modelo de oferta dos medicamentos para hepatites virais será reformulado para ampliar e facilitar o acesso aos tratamentos. Além disso, o Ministério da Saúde intensificará as estratégias para o diagnóstico da Hepatite C, com foco em planos de microeliminação e na atenção primária a saúde.

O PCDT de Hepatite B e Coinfecções também se encontra em fase de atualização. O objetivo é harmonizar as diretrizes e recomendações dos protocolos nacionais objetivando a eliminação da infecção. Além disso, a intensificação da vacinação contra a hepatite B é uma prioridade do Programa Nacional para a Prevenção e Controle das Hepatites Virais. Ainda que a vacina de hepatite B esteja indicada para todas as pessoas, a cobertura vacinal acima de 20 anos de idade está abaixo de 40%, ou seja, a maior parte desta população está vulnerável à infecção pelo vírus B.

Dados de hepatites virais no Brasil

Na última década, houve redução de 7% no número de casos de notificados da doença no país. Em 2018, foram registrados 42.383 casos de hepatites virais no Brasil. Em 2008, o número foi de 45.410 casos. Os dados são do Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019, que apontou, ainda, queda de 9% no número de óbitos, saindo de 2.362 em 2007 para 2.156 em 2017. 

Entre as hepatites, o tipo C da doença é a mais letal, com 26.167 casos notificados em 2018 no Brasil, com taxa de detecção de 13 casos por 100 mil habitantes. A doença é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos cortantes. O tratamento da doença é ofertado gratuitamente no SUS e cura mais de 95% dos casos.

Já com relação à hepatite B, foram registrados no ano passado, 13.992 casos, o que representa 7 casos por 100 mil habitantes. A hepatite B pode ser transmitida pelo contato com sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos cortantes e de uso pessoal e de mãe para filho (transmissão vertical). O Ministério da Saúde oferta a vacina contra a hepatite B para todas as faixas etárias. O tratamento da doença evita complicações, como cirrose e câncer.

O Ministério da Saúde garante a prevenção por meio de vacinas e diagnóstico, com oferta de testes. Em 2019, o Ministério da Saúde distribuiu 19,5 milhões de testes de hepatite B e C. Para 2020, a expectativa é que sejam enviados cerca de 22,4 milhões de testes para esses tipos de hepatites.

 

Fonte: Adolfo Brito, da Agência Saúde

 

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