Bio-Manguinhos/Fiocruz participou da 2ª Jornada Sudeste de Reumatologia, realizada na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 26 e 28 de junho de 2025, e que teve como tema central “Inovação e Sustentabilidade na Reumatologia”. O evento apresentou os avanços mais recentes no campo da reumatologia, com destaque para soluções inovadoras que estão transformando a prática clínica e a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, foram promovidos espaços para troca de ideias, reflexão e colaboração entre especialistas da área, sempre com um olhar atento à sustentabilidade em saúde.

Falar sobre sustentabilidade na reumatologia é compreender que o cuidado integral ao paciente com doenças reumáticas vai além da escolha do tratamento clínico mais adequado. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), isso significa investir em estratégias que garantam o acesso equitativo a terapias seguras, eficazes e economicamente viáveis a longo prazo.

Os biofármacos produzidos por laboratórios públicos, como Bio-Manguinhos/Fiocruz, são fundamentais nesse cenário, pois, além de ampliarem a oferta de medicamentos de alta complexidade para a rede pública, contribuem para a sustentabilidade do sistema de saúde ao reduzirem a dependência de importações e fortalecem a capacidade produtiva nacional. Incorporar a sustentabilidade à prática reumatológica também envolve estimular o uso racional de recursos, monitorar os resultados dos tratamentos e promover políticas públicas que valorizem a inovação e a autonomia tecnológica em benefício do paciente e da sociedade brasileira.

A médica reumatologista do Departamento de Assuntos Médicos de Bio-Manguinhos (Deame), Amanda de Miranda Marques, abordou esse tema em sua apresentação “O que eu entendo por sustentabilidade na reumatologia”. Ela também ministrou a aula “Biobetter: o que é isso?”, esclarecendo que esse termo não é um conceito regulatório e não necessariamente se refere a ganhos diretos de eficácia ou segurança clínica. Costuma ser mais utilizado no marketing médico e na indústria para descrever aprimoramentos em processos de produção ou características tecnológicas de biofármacos já existentes.

A médica reumatologista do Deame, Carla Lemos Gottgtroy, participou do painel “Incorporação de Novas Tecnologias” com a palestra “Inovação SUStentável”. Em sua fala, discutiu como a inovação pode contribuir para diversas formas de sustentabilidade — financeira, econômica, ambiental, tecnológica e social — dentro do sistema de saúde brasileiro.

Indústria biofarmacêutica no Brasil em foco

Aline de Almeida Oliveira, especialista em prospecção tecnológica da Assessoria de Inteligência Competitiva de Bio-Manguinhos, participou do painel “Tratamentos Inovadores” com a palestra “Desafios da inovação da indústria biofarmacêutica no Brasil”. Ela apresentou o cenário internacional de biofármacos com foco em doenças autoimunes, comentou sobre os avanços da indústria nacional e analisou como está estruturado o ecossistema de inovação no país, além de apontar os principais desafios e caminhos para superá-los. Destacou a importância estratégica de laboratórios públicos, como Bio-Manguinhos, pela capacidade de inovar e oferecer produtos de ponta ao SUS, fortalecendo a autonomia produtiva nacional. Ressaltou, ainda, o papel das políticas públicas no enfrentamento da dependência tecnológica do Brasil e os avanços obtidos no setor a partir dessa diretriz.

Na mesma sessão, a médica reumatologista do Deame, Adriana Danowski, trouxe uma atualização sobre o uso de terapias com células CAR-T em doenças autoimunes. Em sua apresentação, explicou os conceitos básicos dessa tecnologia, discutiu os resultados clínicos mais recentes e ressaltou que, nessas doenças, as respostas parecem ser mais promissoras e apresentar menos efeitos adversos do que nos tratamentos para câncer — embora a tecnologia ainda esteja em fase de estudos clínicos e nenhum produto CAR-T tenha sido aprovado para doenças autoimunes no mundo até o momento. Esses produtos estão sendo usados em protocolos de uso compassivo e estudos clínicos com resultados animadores.

Durante o debate que encerrou a sessão, as palestrantes discutiram como Bio-Manguinhos pode contribuir para ampliar o acesso a essas tecnologias no SUS e mostraram de que forma os projetos de terapias avançadas podem ajudar a enfrentar os desafios do setor reumatológico no Brasil.

Jornalista: Gabriella Ponte
Imagens: Acervo/Bio-Manguinhos

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