48anos bio pequenaO Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) está completando 48 anos neste dia 4 de maio. Se olharmos para trás, veremos que o Instituto passou por inúmeros desafios e avançou tecnologicamente através de várias conquistas. Tudo isso graças ao esforço diário de colaboradores comprometidos em melhorar a saúde pública do Brasil.

Desde a sua criação, em 1976, o Instituto enfrentou diversas emergências sanitárias, como a epidemia de meningite que assolou o país entre 1975 e 1976. Na ocasião, foi incorporada à tecnologia da vacina meningocócica contra os sorotipos A e C.

Nas décadas de 1980 e 1990, Bio-Manguinhos teve participação fundamental na trajetória de eliminação da poliomielite no Brasil. Em 1986, durante a epidemia provocada pelo poliovírus tipo 3, na região Nordeste, disponibilizou, em apenas 40 dias, formulações de vacina monovalente tipo 3 e trivalente potencializada para o sorotipo 3, que foram adotadas pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para toda a América Latina, e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para países de clima tropical.

Em 2016, o Instituto desenvolveu o kit diagnóstico para combater dengue, zika e chikungunya. E, frente ao surto de febre amarela em 2017 e 2018, entregou mais de 95 milhões de doses dessa vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS). No ano seguinte, alcançou recorde na produção da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, fornecendo 35 milhões de doses.

Mas o maior desafio veio, em 2020, no enfrentamento à pandemia da covid-19. E Bio-Manguinhos deu inúmeras respostas. Sua rápida atuação e competência técnica permitiram que o kit molecular para diagnóstico do novo coronavírus fosse desenvolvido, em apenas 40 dias. No mesmo ano, um importante acordo com a AstraZeneca garantiu a encomenda tecnológica da vacina Covid-19.

Bio-Manguinhos foi selecionado, em 2021, pela OMS como centro para desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro na América Latina. A escolha da unidade ocorreu devido aos promissores avanços no desenvolvimento tecnológico de uma vacina de mRNA contra a covid-19.

Pensando em um futuro promissor, em 2024, Bio-Manguinhos assinou um acordo de colaboração com a organização norte-americana sem fins lucrativos Caring Cross, que prevê a transferência de tecnologia para a produção de células CAR-T e vetores lentivirais. Com isso, a unidade será a detentora dessa tecnologia no Brasil e na América Latina, com a produção no país reduzindo drasticamente os custos e ampliando o acesso da população às terapias genéticas.

 

Conheça as edificações de Bio-Manguinhos

Podemos contar a história de Bio através das conquistas na saúde pública, mas também por outra vertente: as edificações que compõem o Instituto, não só no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro, mas também na sua expansão para outros campi. Confira abaixo a história de cada pavilhão da unidade.

 

Pavilhão Rockefeller 

O PAVILHÃO ROCKEFELLER leva o sobrenome do seu financiador, John David Rockefeller, e foi construído em 1949 para fabricar a vacina de febre amarela. Lá está uma das áreas da Divisão de Envase, onde ocorre o processamento final das vacinas de febre amarela e covid-19, além de outros laboratórios.  

Pavilhão Henrique Aragão

Inaugurado em 1960 e tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro, o PAVILHÃO HENRIQUE ARAGÃO abriga o Laboratório de Febre Amarela (Lafam). Lá é produzido o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), que é o concentrado viral que compõe a vacina. Fornecemos doses desta vacina para 74 países.  

Complexo Tecnológico e Vacinas (CTV) 

O COMPLEXO TECNOLÓGICO DE VACINAS (CTV) concentra os grandes centros de produção e processamento final de vacinas, biofármacos e kits para diagnóstico, assim como áreas de apoio a essa cadeia produtiva, como controle e garantia da qualidade. Ele fornece grande parte das vacinas utilizadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS).

Centro Henrique Pena (CHP) 

Em Bio-Manguinhos, temos uma das infraestruturas laboratoriais mais avançadas do Brasil, o CENTRO HENRIQUE PENNA (CHP). O Centro traz benefícios para o Instituto e para laboratórios públicos e privados, que através de parcerias podem utilizar a planta piloto para aumento da escala de produtos desenvolvidos em bancada e fabricação de lotes para estudos clínicos. Dessa forma, viabiliza o processo de transição do desenvolvimento tecnológico para a produção. Sua capacidade permite a Bio-Manguinhos diversificar seu portfólio e fortalecer ainda mais o SUS. 

Centro Administrativo Vinícius Fonseca (CAVIF) 

O CENTRO ADMINISTRATIVO VINICIUS FONSECA (CAVIF) foi inaugurado em 2021. O nome homenageia o presidente da Fiocruz no período de 1975 a 1979, que impulsionou a criação de Bio-Manguinhos. O prédio de cinco andares reúne as áreas de gestão da unidade, além de moderno almoxarifado.  

Campi Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS) e Complexo Tecnológico de Insumos Estratégicos (CTIE)  

Para atender à crescente demanda do Ministério da Saúde e aumentar a capacidade de processamento final, Bio-Manguinhos está construindo uma nova fábrica de vacinas e biofármacos em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. O Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS) será o maior centro de produção de biológicos da América Latina e um dos mais modernos do mundo. A capacidade de produção estimada é de até 120 milhões de frascos de vacinas e biofármacos por ano, dependendo das apresentações processadas (quantitativo de doses por frasco). 

Em Eusébio, no Ceará, Bio-Manguinhos também expandirá sua capacidade produtiva com um novo campus. A futura planta industrial, chamada Complexo Tecnológico de Insumos Estratégicos (CTIE), tem participação importante para atender à crescente demanda, principalmente por vacinas e biofármacos, e será fundamental no processo de crescimento do Instituto. Ela atenderá toda a demanda atual e futura da instituição por IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), insumo que será enviado ao Rio de Janeiro para ser processado no Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS). 

Jornalista: Gabriella Ponte 
Imagens: Bernardo Portella e acervo de Bio-Manguinhos