1 premio isi peqCom público recorde de cerca de 5 mil inscritos, metade presencial e metade online, o 9º Simpósio Internacional de Imunobiológicos (ISI) reafirmou sua posição como um dos principais eventos científicos da área no Brasil e no mundo. Com participantes de 12 países, o simpósio promoveu debates de alto nível sobre os temas mais urgentes e inovadores da atualidade, reunindo cientistas, autoridades governamentais, representantes de organismos multilaterais e da indústria.

O evento contou com o apoio e patrocínio de importantes parceiros de Bio-Manguinhos/Fiocruz, como Sanofi, GSK, Sandoz, AstraZeneca, Thermofisher, Sartorius, Amgen, Biozeen/MSM Technologies, Fiotec, FAPERJ, Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Museu da Vida e Editora Fiocruz.

Ao longo de três dias de intensa programação, o ISI abordou avanços em terapias génicas, vacinas de mRNA, inteligência artificial, anticorpos monoclonais, ciências ômicas, desafios regulatórios, financiamento da ciência e inovação, bem como os caminhos para o futuro da saúde nacional. A iniciativa da missão dos 100 dias, proposta para acelerar o desenvolvimento e registro de produtos estratégicos, também foi destaque entre os debates.

Com auditórios cheios e ampla participação nos estandes e sessões de pôsteres, o simpósio teve 153 trabalhos científicos aprovados e apresentados, refletindo a diversidade e a qualidade da produção científica nacional. Nove trabalhos foram premiados por sua excelência e relevância. A exibição dos pôsteres atraiu público constante e mostrou a vitalidade da pesquisa em imunobiológicos, do laboratório à aplicação prática.

Além da programação científica, o ISI contou com uma série de atividades paralelas que enriqueceram ainda mais a experiência dos participantes. Destaque para os estandes expositores de Bio-Manguinhos e dos patrocinadores apoiadores do evento, a exposição do Museu da Vida sobre a cientista húngara Katalin Karikó, ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina em 2023 por suas descobertas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA contra a Covid-19, e uma exposição complementar sobre o projeto da vacina de mRNA de Bio-Manguinhos, evidenciando os avanços da instituição nessa tecnologia promissora.

A presença internacional foi marcante, com representantes de agências reguladoras, centros de pesquisa, universidades, entidades multilaterais como OMS, OPAS e MSF, além de fóruns internacionais de inovação em saúde. Essa dimensão global reforçou o papel do ISI como espaço estratégico para articulações e trocas de conhecimento entre países, especialmente diante da importância de ampliar a autonomia produtiva e científica dos países em desenvolvimento.

As plenárias de destaque trataram de temas como o impacto da inteligência artificial na saúde pública, as perspectivas de desenvolvimento e aplicação das vacinas de RNA, as novas tecnologias baseadas em anticorpos monoclonais e o papel das ciências ômicas na biomedicina. Outro tema em destaque foi a tuberculose, abordada sob a ótica da inovação e das estratégias de enfrentamento de uma das doenças infecciosas mais negligenciadas do mundo.

O simpósio também abriu espaço para discutir os gargalos regulatórios e as alternativas para tornar os processos mais ágeis e eficientes, sem comprometer a segurança e a eficácia dos imunobiológicos. Nesse contexto, a missão dos 100 dias foi apresentada como um modelo promissor para acelerar o acesso a produtos estratégicos, por meio de parcerias entre instituições públicas e agências reguladoras.

Além da programação científica, o evento promoveu discussões sobre o fortalecimento da produção nacional e a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Em meio aos desafios globais, a busca por soluções que garantam acesso equitativo a tecnologias de saúde esteve presente nas falas de diferentes especialistas.

O ISI se consolidou como um espaço de convergência entre ciência, política pública e inovação, reunindo vozes diversas em torno de um objetivo comum: promover o avanço da saúde com base em evidências e cooperação. Ao final do evento, ficou evidente o compromisso coletivo com a soberania sanitária, a excelência científica e a construção de um futuro mais resiliente.

A próxima edição do ISI, em 2026, será especialmente simbólica: marcará a 10ª edição do simpósio e os 50 anos de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz responsável pela organização do evento e protagonista na produção de vacinas, biofármacos e kits diagnósticos, além de pesquisa, desenvolvimento e inovação para o Sistema Único de Saúde.

Jornalista: Marcela Dobarro
Imagem: Gabriella Ponte

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