Para atender às necessidades da saúde da população brasileira, Bio-Manguinhos investe no desenvolvimento e produção de vacinas, reativos para diagnóstico e biofármacos de qualidade assegurada. Bio-Manguinhos é parte integrante do sistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação em saúde, que envolve o Ministério da Saúde, unidades da Fiocruz, universidades, institutos de pesquisa, laboratórios públicos e privados e outros Ministérios. O papel estratégico do Instituto nesse sistema caracteriza-se pelo constante investimento na introdução de novos produtos por desenvolvimento interno e alianças estratégicas para atender às demandas de saúde pública.
Inovação na Fiocruz e Carteira de Projetos de Bio-Manguinhos (2020)
Os processos de introdução de produtos
Importante ator na cadeia de inovação do país, Bio-Manguinhos constrói sua base tecnológica por meio do estabelecimento de parcerias com instituições públicas e privadas. Tais parcerias permitem a introdução de novos produtos no portfólio do instituto que visam a responder com agilidade as demandas da saúde pública e a ampliar o acesso da população a produtos de qualidade, além de fomentar a cadeia de inovação e o fortalecimento do complexo industrial da saúde.
A introdução de novos produtos no portfólio de Bio-Manguinhos vem sendo realizada através de dois principais modelos de negócios:
Transferência de Tecnologia (TT): o parceiro transfere completamente a tecnologia necessária para a produção de um determinado produto, incluindo o fornecimento dos produtos durante as fases no período de transferência. Dessa forma, ao entrar na carteira de projetos de TT, o produto também entra no portfólio de Bio-Manguinhos e pode ser fornecido ao Ministério da Saúde. Cabe destacar que ao fim da TT, Bio-Manguinhos será autônomo na produção do produto objeto da transferência para fornecer o produto totalmente nacionalizado ao Ministério da Saúde.
Desenvolvimento Tecnológico (DT): Bio-Manguinhos, exclusivamente por meio de sua capacidade de inovação ou por meio do estabelecimento de parcerias, desenvolve a tecnologia e, consequentemente, o produto. Dessa forma, ao entrar na carteira de projetos de DT, o produto será desenvolvido e entrará no portfólio de Bio-Manguinhos quando conseguir o registro na ANVISA, ao fim do desenvolvimento. Quando há parceria, há, também, um intercâmbio efetivo de conhecimentos e estruturas e a propriedade intelectual gerada é partilhada entre as instituições, conforme a atuação de cada uma no desenvolvimento do produto.
Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs)
Política pública implementada pelo Ministério da Saúde em 2014 que estimula a capacitação dos laboratórios públicos, por meio de parcerias com outras instituições públicas e entidades privadas, para o desenvolvimento e transferência tecnológica de produtos estratégicos no atendimento às demandas do SUS.
Entre os objetivos desta política encontram-se o de ampliar o acesso da população a esses produtos estratégicos e de diminuir a vulnerabilidade do SUS, bem como de reduzir as dependências produtiva e tecnológica do País no atendimento às necessidades de saúde da população brasileira.
Saiba mais em http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/parcerias-para-o-desenvolvimento-produtivo-pdp
Com Transferência de Tecnologia
Estabelecimento de parcerias com empresas nacionais e/ou internacionais, visando atender ao desafio de ampliação do acesso da população a produtos de rota biotecnológica, bem como de atender às demandas do Ministério da Saúde com prontidão, de incorporar conhecimento e tecnologia no País e de desenvolver suas capacidades fabris e organizacionais, Bio-Manguinhos vem aperfeiçoando seus modelos de transferência de tecnologia desde a sua criação em 1976.
Geralmente, a transferência de tecnologia é iniciada pelas etapas produtivas menos complexas e avança para as etapas mais complexas à medida que os investimentos necessários para a incorporação da tecnologia vão sendo realizados.
Com Desenvolvimento Tecnológico
As atividades de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação acontecem em Bio-Manguinhos desde meados da década de 1980, permitindo alcançar maior independência tecnológica e ampliar a capacidade de inovação no Brasil, fazendo com que o país tenha menos gastos com a importação de produtos da saúde.
O Instituto investe no desenvolvimento tecnológico por meio de quatro programas: vacinas bacterianas, vacinas virais, kits para diagnóstico e biofármacos. Os desafios são intrínsecos a cada programa, que, juntos, buscam atender às demandas de saúde pública de forma ágil e eficaz.
O ciclo de desenvolvimento compreende atividades experimentais, estudos clínicos para a introdução de produtos que atendam aos programas do Ministério da Saúde, e estudos de pós-comercialização que garantem a segurança e eficácia dos produtos disponibilizados na rede pública.
A atuação no desenvolvimento tecnológico é estratégica para o alcance de novas plataformas tecnológicas; a absorção de conhecimentos, por meio da capacitação e qualificação dos colaboradores da unidade em processos de referência para a saúde pública; e no posicionamento do Instituto frente a acordos de transferência de tecnologia e alianças estratégicas.
Fonte: Bio-Manguinhos (Julho 2022)