Bio-Manguinhos/Fiocruz e o Instituto Butantan ajudaram na organização da 25ª Assembleia Geral Anual da Rede de Fabricantes de Vacinas de Países em Desenvolvimento (DCVMN, na sigla em inglês), de 16 a 18 de outubro, no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Pela primeira vez em São Paulo, o evento de três dias reuniu mais de 40 fabricantes de vacinas vindos de 15 países em desenvolvimento dedicados à pesquisa e à inovação para democratizar o acesso aos imunizantes.
Para o CEO do DCVMN, Rajinder Suri, a reunião foi uma oportunidade de compartilhar estratégias e soluções para o melhor preparo contra futuras emergências de saúde. Além de Rajinder, também esteve presente na mesa de abertura o presidente do conselho do DCVMN, Adriansjah Azhari. No evento, estava presente o membro fundador da organização, Akira Homma, ex-presidente da Fiocruz e ex-diretor de Bio-Manguinhos, atual assessor científico sênior do Instituto, além de outras autoridades de importantes instituições internacionais.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, gravou um vídeo com uma mensagem para a abertura do evento. Ele destacou o papel da Fiocruz e do Butantan no fortalecimento da ciência brasileira e como o DCVMN ajuda a expandir essa atividade para além das fronteiras do país. “Somos instituições centenárias que trabalham para o acesso da nossa população a produtos de qualidade. E temos trabalhado junto a organizações internacionais para garantir que esse direito fundamental, a saúde, seja de todos.”
O diretor de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma, ressaltou que o DCVMN se tornou um aliado vital à saúde pública ao longo de seus 25 anos de existência. “Estamos reunidos para compartilhar conhecimento e promover inovação para que mais e mais vacinas cheguem àqueles que necessitam. Vamos explorar ativamente nossas capacidades em produção e pesquisa para um mundo mais saudável e mais sustentável”.
Mauricio, que participou da mesa de abertura, também foi moderador do painel “Novas tecnologias que apoiam a imunização global” e marcou presença no Fórum de CEOs - "Direção estratégica do DCVMN Horizonte 2050". A médica da farmacovigilância de Bio, Patricia Mouta, participou do painel: “Inovar: Rede Internacional para Segurança de Vacinas e Estudo de Vigilância”. A líder científica do projeto RNA de Bio-Manguinhos, Patrícia Neves, esteve no painel “Programa de transferência de tecnologia de mRNA pela OMS/MPP”.
A Developing Countries Vaccine Manufacturers Network (DCVMN International) é a maior aliança de fabricantes de vacinas público-privadas do mundo e foi crucial no combate a covid-19. Até agora, 60% das vacinas de Covid-19 fabricadas no mundo são provenientes dos membros da rede. Este evento também foi uma oportunidade para que o mundo se prepare para a próxima pandemia.
Pensando no futuro da saúde global, aconteceram discussões sobre as vacinas prioritárias: poliomielite, tuberculose, dengue, malária e meningite. Outro debate importante foi de como utilizar a tecnologia digital e impacto da IA na fabricação de vacinas e cadeia de suprimentos. As vacinas que estão em desenvolvimento na plataforma de mRNA também estavam em pauta.
Este é um dos eventos anuais mais importantes para Bio-Manguinhos, que além de contribuir no atendimento à população brasileira através do SUS, também atua de forma global, exportando vacinas para os países que mais precisam. Compartilhamos conhecimentos não só em prol da saúde pública, mas por um mundo com acesso à saúde de forma igualitária.
Jornalista: Gabriella Ponte
Imagem: Acervo/Bio-Manguinhos