O diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel, foi eleito presidente do Conselho de Diretores da Aliança Global de Desenvolvimento de Drogas para Tuberculose – Aliança TB (Global Alliance for TB Drug Development), organização sem fins lucrativos com sede em Nova York, que busca curas mais eficientes, rápidas e acessíveis para a doença. Segundo Morel, o Brasil, pela importância que a tuberculose ainda assume no contexto nacional, terá uma maior participação nos próximos desafios que a Aliança TB enfrentará. “Já iniciamos contatos com o Ministério da Saúde para fortalecer parcerias que possam levar a importantes desdobramentos científicos, tecnológicos e em saúde pública para o país", adianta.
Morel afirma que os próximos anos representarão um desafio novo e único para a Aliança TB, já que vão entrar em fase clínica III os ensaios de novos regimes terapêuticos totalmente baseados em novos medicamentos contra a doença, testes que vão envolver grandes números de pacientes em vários continentes. “Tecnologicamente desafiantes e economicamente bastante caros por conta do número de pacientes que serão recrutados, estes ensaios exigirão uma dedicação especial dos gestores, técnicos e cientistas da Aliança TB e dos hospitais e centros de pesquisa participantes, assim como uma participação ativa dos conselhos Diretor e Científico da organização", destaca.
Um dos criadores da Aliança TB há mais de uma década, Morel conta que vai assumir o cargo em um momento muito relevante na evolução da organização. “A Aliança TB está preparada para entregar tratamentos mais desenvolvidos contra a tuberculose”, afirma. Morel foi o primeiro presidente da organização em 2000 e está sucedendo Bruce Carter, diretor-executivo da Immune Design, companhia americana de produção de vacinas. Com vasto conhecimento em pesquisa e desenvolvimento de doenças negligenciadas, ajudou a criar vários programas globais, como Medicamentos para o Risco de Malária, Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas, e Fundação de Diagnósticos Novos e Inovadores.
Tuberculose
A doença ainda é uma das principais causas de morte no mundo, levando a óbito 1,4 milhão de pessoas por ano. No Brasil, foram registrados, somente no ano passado, 71.337 casos da enfermidade e, entre 2001 e 2011, notificados aproximadamente 4,6 mil óbitos. O tratamento leva de 6 a 30 meses e a dificuldade de aderência dos pacientes ao complexo regime de medicamentos tem alimentado o desenvolvimento de cepas cada vez mais resistentes e mortais.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/Fiocruz)
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