A Fiocruz foi palco, dia 17, da assinatura de um protocolo de intenções cujo principal ponto é a possibilidade de transferência de tecnologia do Brasil para a Argentina para a produção da vacina febre amarela. A solenidade, que contou com as presenças dos ministros da Saúde da Argentina e do Brasil, Juan Luis Manzur e José Gomes Temporão, foi classificada como “um momento histórico e que atende a um objetivo dos presidentes das duas repúblicas” por Temporão. A vacina febre amarela, produzida por Bio-Manguinhos e pré-qualificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2001, é exportada para 69 países.

Para Manzur, o Brasil tem um histórico de ajuda internacional que o capacita a essa empreitada. “A Fiocruz, por todo o trabalho que desenvolve em favor da saúde pública, é um orgulho para as Américas”, disse. Ele afirmou que o início da produção da vacina deverá ocorrer em dois anos. “Queremos caminhar também em outras direções, como no combate à dengue e no campo da biotecnologia. Esta parceria vai longe”.

Segundo Temporão, todos os detalhes da parceria estarão definidos em 90 dias, o que permitirá a assinatura do contrato. "Até lá, a Argentina terá a certificação técnica necessária para começarmos a transferir a tecnologia, o que fará do país vizinho o terceiro do mundo a produzir a vacina febre amarela”.

O protocolo de intenções também inclui a área de ensino. Nesse campo, a Fiocruz já organizou dois mestrados para equipes da Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde (Anlis) da Argentina: biologia molecular, celular e biotecnologia; e epidemiologia, estatística e métodos quantitativos. Os cursos, iniciados em 2008, foram desenhados para dar suporte à área de desenvolvimento tecnológico e de pesquisa da entidade.

Outro destaque das relações entre os países é a cooperação entre a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, coordenada pela Fiocruz, e o governo argentino, que está recebendo apoio técnico para que um projeto similar seja implantado naquele país.

Aumenta a circulação do vírus da febre amarela na região

A febre amarela é uma zoonose que se distribui por amplas zonas da área subtropical e tropical da África e das Américas. Nos últimos 30 anos, a atividade do vírus da febre amarela nas Américas estava restrita à área enzoótica compartilhada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela.

Desde o fim de 2007, a região tem experimentado uma intensa circulação do vírus, com grandes epizootias e surtos de casos humanos, agora também na área de florestas do Paraguai e no norte da Argentina. Foram notificados à Organização Pan-americana da Saúde (Opas) 6.696 casos confirmados da doença em 13 países da região, desde 1960.

A Argentina relatou epizootías e mortes de macacos nas províncias de Misiones e Corrientes em janeiro de 2008, notificando os primeiros casos de febre amarela em humanos em fevereiro. O surto afetou oito pessoas na província de Misiones. O país não reportava casos em humanos há 40 anos.

 

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

 

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