Com a chegada de feriados prolongados e as férias escolares, os doadores regulares dos bancos de sangue viajam e mudam a rotina, o que acaba diminuindo os estoques nos hemocentros de todo o País. O problema é que justo nesse mesmo período aumentam os acidentes e os casos de urgência na rede hospitalar, elevando a demanda por sangue e hemoderivados, além do tratamento de rotina de pessoas com doenças crônicas, como falciforme e talassemia, e doenças oncológicas variadas que já necessitam de transfusão frequentemente. A Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) aconselha que, para evitar esta redução, o ideal é doar antes de ir aproveitar o feriado. Mas, se não for possível, o ideal é que os doadores procurem um banco de sangue onde estiverem passando férias. Confira o endereço dos hemocentros.

Para não deixar os estoques desabastecidos, o Ministério da Saúde mobiliza a população para manutenção das doações por meio de ações como a realização de campanhas publicitárias e ações estratégicas para o aumento e a qualificação do estoque. No último ano foi revista a faixa etária para doação, passando a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e máxima de 67 para 69 anos. Essa medida permitiu a abertura de mais 8,7 milhões novos voluntários.

Há cerca de 10 anos uma amiga do servidor da Coordenadoria-Geral de Serviços Gerais (CGSG/Coapo) Lindomar de Barros Paz, 54 anos, precisou de doação de sangue. A partir de então, sempre que alguém precisava, Lindomar doava. Até que tomou gosto e tornou-se doador voluntário três vezes por ano. Ele lembra que, como sangue não se compra e não se fabrica ele necessariamente tem que ser doado. “A melhor coisa que existe para um ser humano é ajudar ao próximo. Doar não altera em nada o cotidiano do doador, não podemos ser egoístas. Já falei para alguns amigos irem doar. É muito bom fazer o bem seja para quem for”, observa.

Seguindo o exemplo do pai, há pouco mais de três anos a trabalhadora Jamille Araújo Leão, da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) se tornou doadora de sangue voluntária. “Na minha infância eu via meu pai ir doar sangue, hábito que ele mantem até hoje, com 55 anos de idade. Algumas provas de concurso oferecem isenção de taxa para doadores regulares de sangue, também é essa motivação”, lembra a trabalhadora de 30 anos. Ela conta que usa as redes sociais para estimular os amigos a doarem e sempre ajuda em divulgações de quem precisa de sangue. “Doo com muito prazer porque estou ajudando quem precisa”, acrescenta.

 

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Com a obrigatoriedade da realização do Teste NAT, desde 2013, o Ministério da Saúde
garantiu uma maior segurança nas transfusões. Imagem: Artur Moser / Agencia RBS

 

O intervalo entre as doações visa garantir a manutenção da saúde do doador. Caso o intervalo mínimo entre as doações não seja respeitado é possível que o doador apresente diminuição dos componentes sanguíneos doados e sintomas relacionados à anemia.

Com a obrigatoriedade da realização do Teste de Ácido Nucléico (NAT), desde 2013, o Ministério garantiu a redução da chamada janela imunológica para a detecção de HIV e Hepatite tipo C, e consequentemente uma maior segurança nas transfusões. Desenvolvido pelo laboratório público Bio-Manguinhos, o teste encontra-se 100% implantado, o que garante que todo o sangue coletado na rede pública de saúde seja submetido ao teste, que consiste na pesquisa de ácido nucléico (DNA) de agentes infecciosos presentes no sangue. Mas é bom lembrar que responder com sinceridade e responsabilidade o questionário do hemocentro antes de doar sangue é uma forma de proteger a saúde de quem vai receber a doação.

O volume de sangue total a ser coletado deve ser, no máximo, de 8 mL/kg de peso para as mulheres e de 9 mL/kg de peso para os homens. Depois que a bolsa de sangue é coletada, o sangue é dividido nos componentes que são necessários. Uma bolsa de sangue pode ser dividida em até quatro componentes, que podem ir para quatro pessoas diferentes. Uma parte do sangue coletado é usada para a testagem e o sangue fica armazenado até sua liberação. 

Cuidados após a doação - Antes da doação, o candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia da doação, é imprescindível levar documento de identidade com foto. É importante, depois da doação, continuar se hidratando, tomar o refresco ou o lanche que o local de coleta oferece.

 

Após a doação é recomendável que o doador:

- mantenha a compressão no local da punção em caso de sangramento ou hematomas;

- permaneça, no mínimo, 15 minutos no serviço de hemoterapia antes de ser liberado;

- aguarde, pelo menos, 60 minutos antes de consumir cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou quaisquer outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco;

- aguarde aproximadamente 12 horas antes de realizar qualquer esforço físico, especialmente com o membro relacionado à doação;

- faça o veículo parar imediatamente no caso de, após deixarem o serviço de hemoterapia, ocorrer mal estar ao serem transportados por motocicletas ou conduzirem veículos automotores;

- comunique ao serviço de hemoterapia caso apresente qualquer sinal ou sintoma de processo infeccioso, como febre ou diarreia, até sete dias após a doação.

 

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Fonte: Ana Paula Ferraz/ Agência Saúde

 

 

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