A 18º edição do Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária (Medtrop) reuniu mais de dois mil pesquisadores, profissionais da área de saúde e estudantes em torno das doenças tropicais, que afetam cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo. O evento aconteceu em um hotel de São Conrado, no Rio de Janeiro, de 23 a 27 de setembro, e contou com a presença do ministro Alexandre Padilha, na abertura. Ele enfatizou o compromisso que cada um deve ter no combate a doenças como malária, leishmanioses, esquistossomose, doença de Chagas e doenças bacterianas e virais.

No segundo dia, o presidente do Conselho Político e Estratégico de Bio, Akira Homma, participou da mesa "Os cinco maiores do Brasil", em referência a profissionais da saúde que deixaram um legado valioso de estudos e feitos. Mediados pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, cinco convidados homenagearam Leonidas Deane, Vanize Macedo, Aluizio Prata, Wladimir Lobato e Hermann Schatzmayr. A homenagem a este último coube a Akira.

O virologista Schatzmayr ocupou a Presidência da Fiocruz de 1990 a 1992 e, por mais de 30 anos, comandou o Departamento de Virologia no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). “Foi uma grande honra e um enorme aprendizado conhecer Hermann. Seu trabalho nos deixou muitos ensinamentos e suas iniciativas foram bastante valiosas para a saúde brasileira e mundial”, afirmou Akira.

Hermann Schatzmayr também integrou vários comitês internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária e Academia Brasileira de Ciências, além de sócio fundador e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Virologia. Ele morreu em junho de 2010, aos 74 anos.

Fiocruz anuncia novo método contra a dengue

No segundo dia do congresso, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, anunciou, ao lado do secretário de Vigilância em Saúde do MS, Jarbas Barbosa, um novo projeto contra a dengue. Fruto de uma parceria com a Universidade de Monash (Austrália), o método utiliza a bactéria Wolbachia para bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo mosquito Aedes aegypti de forma natural e autossustentável. O projeto integra o esforço do programa internacional “Eliminar a Dengue: Nosso Desafio”, que testa a técnica na Austrália, Vietnã, Indonésia e, agora, no Brasil.

Para Gadelha, a proposta coloca o país na fronteira do conhecimento sobre a doença. “Atualmente, não existem medicamentos ou vacina contra a dengue. Com este projeto, assumimos papel central em uma abordagem inovadora de enfrentamento a um dos mais relevantes problemas de saúde pública do Brasil", opina.

Os estudos relacionando a Wolbachia como fator de controle da dengue começaram em 2006 na Austrália, onde se encontram na fase de avaliação dos testes de campo. Os resultados têm sido bastante positivos. As pesquisas no Brasil começam no próximo ano, com a contaminação de um grupo de mosquitos em viveiro. Em 2014, eles deverão ser soltos em uma cidade do Rio, ainda não escolhida, para que contaminem os demais mosquitos. A expectativa é que isso provoque uma queda no número de casos de dengue na região.

Jornalista: Rodrigo Pereira

 

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