Vinte e um casos de Leishmaniose foram registrados em Ibatiba, no Sul do Espírito Santo neste ano de 2017, segundo dados da Secretaria Municipal de saúde. No dia 9 de maio, o município chegou a decretar situação de emergência por causa da doença.

A Leishmaniose não é contagiosa, ou seja, não passa de uma pessoa para a outra. Ela é transmitida apenas pela picada do mosquito infectado, mas os animais domésticos também podem ser vítimas. Por isso, a Prefeitura de Ibatiba também faz o acompanhamento de cães que podem estar contaminados.

Com uma ferida no braço, a estudante Fernanda de Carvalho pensou que se tratava de um simples machucado. “Pensei que eu tivesse ralado na parede ou alguma coisa assim. Mas o machucado não sumiu, demorou um mês e não sumiu”, contou. Logo depois, veio a confirmação da doença por laudo médico.

O município de Ibatiba vive um surto de Leishmaniose. Os casos foram registrados na área rural, sendo a maioria na localidade de São José do Meriti.

A doença é transmitida por insetos hematófagos, que se alimentam se sangue, chamados flebótomos, mais conhecidos como mosquito palha. “Estão em locais que tenham granjas ou locais que favoreçam muito, como o sombreamento, a umidade. É uma doença infecciosa e, como ela acomete pele e mucosa, além de dolorida, é uma doença que causa o desconforto, o desconforto da medicação, porque acaba sendo muito pesado o tratamento”, explicou a secretária de Saúde de Ibatiba Nilcilaine Hubner Florindo.

A primeira notificação da doença foi no dia 3 de janeiro, e a cidade decretou situação de emergência no dia 9 de maio, com o objetivo de atender as necessidades coletivas e urgentes do surto, sem a necessidade de licitação para requisitar bens e serviços para contenção da doença.

“Fizeram as visitações em todas as casas, treinamento de pessoal, montaram um mutirão de borrifação, que é esse inseticida. Esse mosquito está dentro dos domicílios, então, foi feita a borrifação em todas as casas, nas partes interna e externa, e nos paiois e granjas onde tem”, falou Nilcilaine.

 

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A doença é transmitida pelo mosquito palha. Imagem: Divulgação / TV Gazeta

 

Os casos registrados no município são da Leishmaniose Tegumentar Americana. O lavrador Rodrigo Oliveira está na metade do tratamento, que dura 20 dias. “O medo é com as crianças. Os adultos se viram um pouco. Tenho medo de atingir minha filha, que é pequenininha. Isso é doído”, destacou.

Na área urbana do município, apesar de não haver registros da doença, já há medo de surto entre os moradores. “A gente já passou por um surto de febre amarela. Agora, também, mais uma doença, dá muito medo”, disse uma moradora.

 

A doença

A leishmaniose tegumentar americana, conhecida popularmente pelos nomes caracteriza-se por apresentar feridas indolores (sem dor) na pele ou mucosas do indivíduo afetado. É causada por protozoários.

As fêmeas de mosquitos do gênero Lutzomyia são os vetores. Esses, de tamanho pequeno (menores que pernilongos), podem também ser chamados de mosquito-palha, birigui, cangalhinha, bererê, asa-branca ou asa-dura. Vivem em locais úmidos e escuros, preferindo regiões onde há acúmulo de lixo orgânico, e movem-se por meio de voos curtos e saltitantes.

Após ser picado, o paciente pode desenvolver a ferida em cerca de dez dias a três meses, caso o vetor esteja sendo hospedeiro desses protozoários.

 

Combate

Para evitar que outros casos sejam registrados, a administração realiza visitas de técnicos da Secretaria Estadual de Saúde, visitas nas localidades acometidas pela doença com avaliação dos animais domésticos, avaliação das moradias, borrifação de casas e anexos das localidades mais acometidas e orientações à população e capacitação de profissionais da saúde.

 

Fonte: G1 / TV Gazeta 

 

 

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