Dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (30) revelam uma queda de 42,3% na mortalidade de pessoas com HIV/Aids nos últimos 20 anos no Brasil. 

O incentivo ao diagnóstico e ao início precoce do tratamento, antes mesmo do surgimento dos sintomas, refletiram na redução dessas mortes. A taxa caiu de 9,7 óbitos por 100 mil habitantes, em 1995, para 5,6 óbitos por 100 mil habitantes em 2015. Os dados se referem ao ano de 2015.

A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 41,1 mil casos novos ao ano.

Desde o início da epidemia de Aids no Brasil (em 1980) até o final de 2015, foram registrados 827 mil pessoas que vivem com o vírus. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, e, destas, 260 mil já sabem que estão infectadas. Além disso, 112 mil pessoas que vivem com HIV não sabem.

“É importante destacar a questão da prevenção. Distribuímos preservativos e promovemos uma série de campanhas, mas a testagem é fundamental para oferecer o tratamento”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que apresentou hoje o novo Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2016.

Ainda segundo o boletim, a partir da implantação do tratamento para todos, em 2013, o número de pessoas infectadas e tratadas subiu de 355 mil, em 2013, para 489 mil pessoas, atualmente, um aumento de 38%.

 

Crianças

Os dados apontam que a detecção da doença em menores de cinco anos caiu 36% nos últimos seis anos.

Em 2010, eram 3,9 casos para cada 100 mil habitantes. O índice passou para 2,5 casos em cada 100 mil habitantes em 2015. O boletim faz parte da programação do ministério para o Dia Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado na quinta-feira (1º).

Também foi lançada certificação para municípios que conseguirem eliminar a transmissão vertical, para incentivar o engajamento dos governos municipais no combate a esse tipo de contaminação.

A certificação será concedida a municípios cujas taxas de detecção do vírus em menores de 5 anos sejam iguais ou inferiores a 0,3 para cada mil crianças nascidas vivas e proporção menor ou igual a 2% de crianças com até 18 meses.

Serão certificados, prioritariamente, os municípios com mais de 100 mil habitantes. A certificação será emitida por um Comitê Nacional, em parceria com estados, que fará a verificação local dos parâmetros.

Municípios receberão certificação no ano que vem, no Dia Mundial de Luta contra Aids. A estratégia conta com o apoio da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância); Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids no Brasil) e Opas.

 

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A ampliação da testagem é uma das frentes da nova política de
enfrentamento do HIV e Aids no País. Imagem: Cesar Brustolin/SMCS

 

Controle e tratamento

O Brasil tem avançado no controle da infecção, tendo alcançado melhoras significativas em todos os indicadores. O alcance das metas de 90% das pessoas testadas, 90% tratadas e 90% com carga viral indetectável até 2020, estabelecida pela Unaids, é um dos resultados mais expressivo das ações de combate.

No diagnóstico, o Brasil passou de 80%, em 2012, para 87%, em 2015, o que equivale a 715 mil pessoas. A ampliação da testagem é uma das frentes da nova política de enfrentamento do HIV e Aids no País. Em 2015, foram realizados 8,5 milhões de testes. Bio-Manguinhos/Fiocruz é responsável pela produção dos testes de diagnóstico de HIV.

Os maiores incrementos foram observados na meta relacionada ao tratamento, que passou de 44%, em 2012, para 64%, em 2015, ou 455 mil pessoas. Na meta referente à redução da carga viral, o País passou de 75%, em 2012, para 90% em 2015, ou 410 mil pessoas.

 

Mudança de perfil

A epidemia tem se concentrado, principalmente, entre populações vulneráveis e nos mais jovens. Em mulheres de todas as faixas, porém, houve queda, especialmente na faixa de 25 a 29 anos. Em 2005, eram 32 casos por 100 mil habitantes. Dez anos depois, caiu para 16 registros por 100 mil habitantes. 

Em 2006, a razão entre os sexos era um caso em mulher para cada 1,2 casos em homem. Já em 2015, é de um caso em mulher para cada 3 casos em homens.

Entre os jovens do sexo masculino, a infecção cresce em todas as faixas etárias. Entre jovens de 20 a 24, por exemplo, a taxa de detecção subiu de 16,2 casos por 100 mil habitantes, em 2005, para 33,1 casos em 2015.

Um dos motivos que explica a vulnerabilidade dos com idades de 18 a 24 anos é que esse grupo apresenta menor inserção nos serviços de saúde, mas também o grupo com a menor adesão ao tratamento e com menos carga viral indetectável.

“Jovens de modo geral não frequentam unidades de saúde e são de difícil convencimento em relação à vacinação. Eles se sentem saudáveis demais, e realmente são, mas por isso sentem que não devem ir aos postos e se proteger”, explicou Ricardo Barros.

 

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde
 

 

 

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