Lutando contra a escassez global da vacina

Sylvie Bruianb, especialista da OMS que acompanha a evolução da febre amarela na África, associou o fenômeno climático El Niño ao surto que afeta gravemente Angola. Ela relacionou as alterações do clima ao aumento do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite o vírus zika. 

Ao mesmo tempo, a progressão da doença no local está relacionada com o desinvestimento na saúde, as condições sanitárias precárias e a crise econômica causada pela queda do preço do petróleo nos mercados internacionais. O orçamento para a recolha de lixo foi cortado em 70% e, com os resíduos acumulados nas ruas, a proliferação do mosquito só tende a aumentar.

A OMS não esperava que o surto fosse chegar a esse ponto e, consequentemente, os fabricantes da vacina estão lutando contra o tempo para ajudar na resolução do problema (Leia relatório da UNICEF de maio sobre a demanda das vacinas de febre amarela no mundo aqui). O artigo Yellow fever vaccine supply: a possible solution (acesse texto completo em inglês no link), divulgado em 16/4 pela revista científica The Lancet, comenta sobre a escassez global da vacina. Um dos autores do artigo é o pediatra Dr. Reinaldo de Menezes Martins, consultor científico sênior de Bio-Manguinhos.

 

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As regiões em amarelo são consideradas endêmicas para o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A população
da 
área vinho tem baixo potencial de exposição à doença e nos locais indicados em cinza não há risco de contaminação.

 

O texto afirma que “a oferta global imediata de vacina contra a febre amarela a partir de todos os seis fabricantes do mundo é de cerca de 80 milhões de doses por ano, enquanto o fabricante na China produz apenas 3 milhões de doses anualmente, bem como a capacidade de todos os fabricantes para aumentar a produção é limitada. No geral, a oferta está aquém da demanda quase todos os anos e este é acentuado durante emergências, como que em Angola”.

Até agora, na Ásia, só foram registrados dois casos na China. Ainda consta no artigo que a Índia e o sudeste asiático são considerados um grande risco de introdução e propagação da doença pois o Aedes aegypti está presente e a população não está imunizada. Um modelo para planos de contingência nacionais contra a febre amarela no sudeste da Ásia tinha sido desenvolvido em 2011 em uma reunião da OMS na Índia.

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