40anos-100x100Parece que foi ontem que a tecnologista em saúde sênior, Eliene Cabral Raposo, da Seção de Matérias-Primas (SEMPR) visitou pela primeira vez Bio-Manguinhos. A história de vida da colaboradora está intimamente ligada à do Instituto. Não à toa, já são 40 anos trabalhando à serviço da saúde pública, assim como Bio-Manguinhos. 

Em entrevista, Eliene, que ingressou na Fiocruz como auxiliar técnica e hoje é responsável pelo controle físico e químico de matérias primas, soluções em processos, embalagens e água, lembra, com orgulho, o primeiro projeto do qual fez parte na unidade.

“Comecei na Fiocruz em 10 de maio de 1976, seis dias depois que Bio-Manguinhos tinha ´nascido´. Participei do projeto piloto da vacina meningo C, ficando alocada no segundo andar do Pavilhão Rockefeller". Sem esconder a saudade dos muitos colegas que já se aposentaram ou deixaram de trabalhar na unidade, ela relembra que a união das equipes era um diferencial. “Todos se conheciam. Era como se fôssemos membros de uma mesma família, por isso todos os desafios eram superados, mesmo com prazos apertados”, conta.

 

eliene430x285

"Todo dia é a chance de aprender mais", afirma Eliene Cabral Raposo

 

Formada em química, ela conta que a unidade sempre a estimulou a continuar os estudos, com cursos de atualização e especialização. “Estamos em uma área em que é preciso se informar sempre sobre as novidades. Saber um pouco de cada produto. Temos contato com processos internos e também realizo a pré-qualificação de fornecedores”, detalha. Perguntada sobre o momento que mais marcou sua trajetória em Bio, ela responde, sem titubear, que foi a época da parceria com os franceses do Instituto Mérieux, da França. “Aprendemos demais com eles, pois era uma tecnologia diferente”, ressalta.

E para quem pensa que ficar 40 anos trabalhando com temas relacionados à qualidade pode fazer com que se conheça tudo, Eliene tem um olhar diferente e uma postura que explica a razão de um relacionamento tão longo e estável com Bio-Manguinhos. Para ela, cada projeto é um novo desafio. “Todo dia é uma chance de aprender algo novo, que eu não sabia ontem. Crescemos junto com a instituição”, comemora.

E ela não pensa em parar. Apesar das propostas de trabalho em outras empresas e unidades da Fiocruz, Eliene diz não trocar Bio-Manguinhos por outro lugar. “Aqui é minha casa, gosto das pessoas, do ambiente de trabalho e do clima de equipe. Por que iria embora?”, brinca. Com seu jeito simples, a tecnologista revela um dos maiores valores estratégicos para a unidade: o comprometimento com a saúde pública.

 

 carlos-frota

Carlos Frota iniciou sua carreira na Fiocruz em 1962.

 

Outro colaborador que está há quatro décadas na unidade é Carlos Frota, que atualmente atua como consultor no Laboratório de Febre Amarela (Lafam). Ele iniciou sua carreira na Fiocruz em 1962, como auxiliar técnico no laboratório de citopatologia e anatomia patológica. Três anos depois, ele se tornava servidor público federal. Outra curiosidade na história de Frota é que ele conviveu de perto e trabalhou com o cientista Henrique de Azevedo Pena. "Na pesquisa, não se vê a hora passar. É um trabalho muito bonito, desde a produção da matéria prima até a fabricação da vacina", conta.

O patologista se orgulha de ter contribuido, ao longo dessa trajetória, como mudanças no processo de fabricação da vacina e promoção de melhorias. "Vimos o laboratório se desenvolver muito e espero que essas mudanças continuem ao longo do tempo", declara. Trabalhando na bancada por horas a fio, ele revela que chegava a passar tardes inteiras com o olhar voltado para o mundo microscópico. " Nosso esforço era liberar os laudos para produção da vacina", relembra. 

 

Texto e imagem: Isabela Pimentel

 

Alerta de cookies

Este site armazena dados temporariamente para melhorar a experiência de navegação de seus usuários. Ao continuar você concorda com a nossa política de uso de cookies.

Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade clicando no botão ao lado.