Jovens do Somar também conscientes

Sandra Vivoni e Mônica Barboza, que são, respectivamente, a coordenadora pedagógica e a bióloga do projeto Crescendo com Manguinhos do Somar, contam que o projeto dará continuidade ao trabalho desenvolvido em 2014 sobre a conscientização dos moradores do entorno do Canal do Cunha. “É preciso discutir com relação a balneabilidade desse ecossistema tão degradado, devido à forte poluição existente”, ressalta Mônica.

“Em 2015, começamos por abordar o Dia Mundial da Água, participando da campanha Mundial de Reeducação no combate ao desperdício. E a proposta pedagógica, após uma imersão no tema, está sendo desenvolvida de forma interdisciplinar envolvendo todas as linhas de ação, sobretudo a saúde integral e o meio ambiente. Partimos de situações e problemas, reais e vividas em diversos ambientes”, explica a coordenadora pedagógica que completa que o objetivo é de multiplicar os saberes na comunidade de Manguinhos a partir de distribuição de folhetos confeccionados pelos jovens, na linha de ação meio ambiente, e despertar a proatividade em relação à economia, reuso e atividades educativas envolvendo o tema.

 

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Jovens do projeto Crescendo com Manguinhos realizam ações de conscientização dos moradores do entorno do Canal do Cunha

 

Discussões na Fiocruz

No intuito de compreender o tema, o primeiro Centro de Estudos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) de 2015 discutiu se a crise no abastecimento de água é um problema ambiental ou de gestão. Para isso, a atividade, realizada dia 4 de março no auditório internacional da Ensp, reuniu três especialistas na área: as pesquisadoras do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA/Ensp), Bianca Dieile e Rosália Maria de Oliveira; a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ana Lucia Nogueira de Paula Britto; e o diretor executivo do Comitê Guandu, membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Décio Tubbs. Eles trouxeram para o debate questões como a governança da água, a intermitência de água nos Planos Municipais de Saneamento Básico, além da origem da crise.

Ana Lucia fez uma análise da governança da água e levantou alguns aspectos como a ameaça da escassez de água na região metropolitana. Mostrou também em que medida essa escassez é exercida por mudanças ambientais ou é social e politicamente construída. “O governo do Estado tem de assumir o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) como um Plano de Governo”. Foi com essa afirmativa que Décio Tubbs finalizou sua apresentação - após falar sobre a crise hídrica no estado do Rio de Janeiro e sua origem. 

 

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O primeiro Centro de Estudos de 2015 discutiu se a crise no abastecimento de água é um problema ambiental ou de gestão

 

Bianca Dieile falou da intermitência de água nos Planos Municipais de Saneamento Básico do entorno da Baia de Guanabara. A intermitência acontece nas áreas periféricas e de maneira sistemática, não existindo nenhum sistema de monitoramento confiável que possua informações abertas, o que gera uma falta de comunicação sobre áreas afetadas e tempo de duração das ações, sejam elas planejadas ou não.

Todos os dados mostrados pelos especialistas foram tão alarmantes que a plateia percebeu o quanto a situação no Sudeste está crítica. “Decisões sérias precisam ser tomadas e a população deve estar inserida nelas. O Plano do Rio de Janeiro, por exemplo, é de 2011, e não contempla diversas questões que deveria. Temos que revê-lo”, apontou Bianca.

 

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Ana Lucia fez uma análise da governança da água na região metropolitana. Já Décio Tubbs falou sobre a crise hídrica no estado do Rio

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