Ao mesmo tempo em que corre para desenvolver métodos alternativos a fim de reduzir o número de animais em testes de laboratórios, com a Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama), o governo decidiu criar outra rede para adequar a produção em biotérios de todos os animais para propósitos científicos e didáticos, como ratos, camundongos e coelhos.

Na prática, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência financiadora de pesquisa experimental do País, criou a chamada Rede Nacional de Biotérios de Produção de Animais para Fins Científicos, Didáticos e Tecnológicos (Rebiotério), informou Marcelo Morales, diretor da área de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq e que comandará a rede.

A intenção é atender de forma adequada e organizada à demanda nacional. O entendimento é de que o uso de animais ainda é imprescindível nos testes in vivo e que hoje existe um desequilíbrio entre a oferta e a procura no País, em razão do aumento considerável da produção científica nacional.

A Rebiotério, segundo Morales, vai mapear, monitorar,  otimizar e dar suporte à produção de animais utilizados em experimentos científicos e em sala de aula. Todos os biotérios distribuídos pelo País serão cadastrados na rede. Para Morales, essa é uma tentativa de atender aos anseios da comunidade científica pela pesquisa de qualidade envolvendo animais.

Sem querer estimar o número de animais produzidos hoje em laboratórios, para fins científicos, Morales destaca a atual necessidade da produção qualificada de animais em biotérios de produção para atender a demanda científica. Hoje, segundo disse, pesquisadores aguardam na fila um período de dois a cinco meses para receber animais com qualidade (principalmente os desprovidos de patógenos, Specific Pathogen Free – SPF) e que possam ser utilizados em experimentos científicos.

Atualmente, a produção com qualidade é vinculada apenas a alguns biotérios que os produzem para atender as próprias necessidades e poucos são aqueles que produzem para outras Instituições. Além disso, a importação desses animais se torna inviável, diante de barreiras sanitárias e do alto custo de importação.

 

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 O objetivo da rede é reduzir o número de animais em testes
de laboratórios
. Imagem: Creative Commons

 

Composição

Além do CNPq, a Rebiotério será composta por representantes da comunidade científica, e da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Seped/MCTI) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE), do Ministério da Saúde.

Terá ainda participação do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), órgão vinculado ao MCTI, e de membros da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Da comunidade científica, haverá representantes da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratórios (SBCAL), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). “Nossa intenção é que a rede tenha uma abrangência nacional”, observa Morales.

 

Saiba mais

A Rede Nacional de Métodos Alternativos (Renama) ao uso de animais foi criada em 2012, por meio da portaria n 491. O principal objetivo é estimular o desenvolvimento, a validação e a disseminação de métodos alternativos e complementares ao uso de animais no Brasil.

A criação da rede acompanha o panorama internacional que fomenta e privilegia o princípio dos 3Rs: Reduce – redução do número de animais necessários às pesquisas científicas; Refinement – refinamento das técnicas de experimentação a fim de diminuir o sofrimento animal; e Replace – substituição de testes in vivo por métodos alternativos.

Todos os esforços da Renama são voltados para a promoção de métodos alternativos e o estabelecimento do processo de substituição dos testes em animais de forma progressiva e segura, sem impactos negativos no desenvolvimento de novos ingredientes bioativos e, principalmente, sem riscos ao meio ambiente e à saúde da população do país.

O Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), o Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) são os laboratórios centrais da Renama, que conta ainda com um crescente número de laboratórios associados.

 

Fontes: Portal Brasil com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação 
e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
Imagem da home: Creative Commons

 

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