Diversos colaboradores de Bio-Manguinhos participaram das atividades da XVI Jornada Nacional de Imunizações, com o tema “Imunizações: da pesquisa à assistência. Perspectivas para os próximos 10 anos”. O evento reuniu laboratórios, médicos, enfermeiros e demais segmentos da saúde pública e privada para debater os rumos das imunizações no Brasil.
Na pré-Jornada do encontro (10/9), a coordenadora da Assessoria Clínica (Asclin), Maria de Lourdes Souza Maia, ministrou o Curso Produção de Vacinas, no qual apresentou os parceiros do Instituto, as etapas do desenvolvimento de vacinas e estudos clínicos, além dos aspectos regulatórios. Na ocasião, a médica da Asclin Eliane Matos falou sobre as particularidades dos ensaios clínicos com vacinas em suas diversas fases.
Imunizações, coberturas vacinais e novas tendências foram abordados no evento
Imagem: Isabela Pimentel - Ascom/Bio-Manguinhos
Wilson Bucker abordou as diferentes etapas na produção de vacinas, os processos envolvidos e estrutura tecnológica necessária. Sheila Barros Matsuoka, da Assessoria de Assuntos Regulatórios (Asreg), destacou como é feito o processo de registro das vacinas, com foco na documentação necessária e aspectos regulatórios.
Na manhã do dia 11, o consultor científico de Bio-Manguinhos, Reinaldo Menezes, apresentou os resultados de sua tese de doutorado, com análise de mais de 60 estudos de pesquisa clínica realizados na Fiocruz. Menezes afirmou que sem pesquisa é impossível evoluir e inovar na área de imunobiológicos. “Sem questionamentos, não há saltos e nem inovação tecnológica", reforçou.
Pesquisa clínica é fundamental para o desenvolvimento de vacinas, afirma Menezes
Imagem: Isabela Pimentel - Ascom/Bio-Manguinhos
O vídeo de sua apresentação foi publicado na fanpage de Bio-Manguinhos no Facebook. Já a mesa Qualidade dos Imunobiológicos contou com a coordenação de Maria de Lourdes Souza Maia e as palestras de Mayra Martho de Oliveira (Asclin) e Claudia Maria Dias (Disec), que abordaram tanto os aspectos da garantia da qualidade nos laboratórios e a necessidade de uma rede de frio adequada à estocagem das vacinas. Por fim, no sábado (13), a mesa Parâmetros para Estudos Clínicos contou com a coordenação de Maria de Lourdes e a palestra Transferência de tecnologia: importância, dificuldades e expectativas, ministrada pela gerente do Projeto Bio-Ceará, Beatriz Fialho.
Coordenadora do PNI apresenta tendências
Durante a XVI Jornada, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues, apresentou as principais tendências do cenário epidemiológico no país para as doenças imunopreveníveis. Apesar de inúmeros avanços, Domingues reconheceu que ainda há surtos localizados de doenças que são consideradas "eliminadas" no país, como o sarampo, que teve casos registrados recentemente no Nordeste.
Coordenadora do PNI relacionou coberturas vacinais e notificação de doenças
Imagem: Isabela Pimentel - Ascom/Bio-Manguinhos
"Temos que dirigir nossa atenção para ações locais, fortalecendo a rede de laboratórios e o sistema de farmacovigilância", acrescentou. Para Domingues, o programa contribuiu para o aumento das coberturas vacinais e desde então, vem mudança a realidade no país. Coordenada por Eitan Berezin, o debate sobre o esquema vacinal para adultos contou com a participação do vice-presidente da SBIm, Guido Levi e a especialista da Universidade Federal de Goiás, Ana Lucia Andrade.
O sistema de notificação de doenças no Brasil e a estimativa de áreas sem essa ferramenta e que sofrem com a sub notificação também foram apresentados por Carla Domingues, relacionando as coberturas vacinais a prevalência de doenças em determinadas regiões.
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Jornalistas: Isabela Pimentel e Paulo Schueler
